Economia

Estudo mostra opinião de cariocas sobre serviços públicos

Rio de Janeiro - Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre a percepção dos cariocas quanto à presença do Estado e à prestação de serviços públicos mostra que há várias divisões dentro da cidade do Rio de Janeiro e não apenas a divisão tradicional de "favela" e "asfalto". O estudo Índice de Percepção da […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Rio de Janeiro - Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) sobre a percepção dos cariocas quanto à presença do Estado e à prestação de serviços públicos mostra que há várias divisões dentro da cidade do Rio de Janeiro e não apenas a divisão tradicional de "favela" e "asfalto". O estudo Índice de Percepção da Presença do Estado, divulgado hoje (21), revela inclusive que, de um modo geral, na opinião dos cariocas, os bairros da zona norte e oeste da cidade estão mais próximos das favelas do que dos bairros da zona sul e da Barra da Tijuca.

A pesquisa é feita com base na opinião de moradores dos bairros mais nobres da cidade (zona sul e Barra), dos bairros mais carentes (zonas norte e oeste) e do Complexo do Alemão (que representou as favelas). Cada um dos entrevistados deu notas referentes a serviços e equipamentos públicos de suas regiões, o que gerou notas de zero a 100 em cada uma dessas áreas da cidade.

No caso dos serviços de saúde, por exemplo, enquanto os moradores de áreas nobres avaliam os hospitais e postos de saúde de seus bairros com uma nota 45, a nota dada pelos moradores dos bairros da zona norte e oeste é de 34, abaixo, portanto, dos 35 pontos dados pelos moradores do Complexo do Alemão.

A situação se repete na avaliação dos transportes. Na zona sul e Barra da Tijuca, os moradores deram nota 63 para este serviço. Já as zonas norte e oeste deram 55, nota próxima à dada pelos moradores do Complexo do Alemão (52).

Na avaliação dos ambientes de convivência da cidade (espaços de lazer, iluminação pública e conexão de suas ruas com o resto da cidade), mais uma vez a nota dos moradores das áreas mais nobres foi superior (49 pontos). A nota dada pelos moradores das zonas norte e oeste foi de 43, inferior aos 45 pontos dados pelos residentes no Complexo do Alemão.

"Essa pesquisa mostra uma divisão da cidade muito maior do que a velha dicotomia asfalto e favela. O que a gente observa é uma cidade partida em diversos aspectos, com várias cidades dentro da mesma. O simples fato de a pessoa estar na cidade [asfalto] não significa que ela está tendo um serviço de qualidade", disse o pesquisador Fernando de Holanda Barbosa Filho.

A exceção encontrada pelo estudo se refere à oferta de infraestrutura básica (distribuição de água, coleta de lixo e coleta de esgoto). O estudo mostra que as notas dadas pelos moradores das zonas norte e oeste da cidade se aproximam mais das notas da zona sul e Barra do que daquelas do Complexo do Alemão. "Nesse item, faz diferença estar na cidade em vez da favela", disse o pesquisador.

O dado curioso da pesquisa é que, quando o assunto é educação pública, os moradores do Complexo do Alemão avaliam melhor suas escolas e creches do que aqueles dos bairros das zonas norte e oeste e do que aqueles da zona sul e Barra da Tijuca.

Barbosa Filho diz que isso não mostra necessariamente uma qualidade melhor da educação oferecida na favela, mas pode significar apenas que os moradores do Alemão estão satisfeitos com o fato de haver um aumento da oferta de educação para seus filhos. Já os moradores da zona sul e Barra, em geral, não usam esse serviço e costumam avaliar de acordo com informações que recebem de outras pessoas.

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