Nova York, nos Estados Unidos: país acumulou diferencial positivo de US$ 87 bilhões nos 25 anos que pertence à organização (Mlenny/Getty Images)
AFP
Publicado em 30 de dezembro de 2019 às 14h46.
Última atualização em 30 de dezembro de 2019 às 14h48.
Os Estados Unidos e a China tiram máximo proveito de sua participação na Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com um estudo da Fundação Bertelsmann publicado nesta segunda-feira, no momento em que as duas principais potências estão tentando uma desescalada em suas disputas alfandegárias.
Calculando como a participação na OMC aumentou o Produto Interno Bruto (PIB) de cada país, especialmente graças à redução de tarifas que favorecem o comércio, os Estados Unidos acumularam um diferencial positivo de 87 bilhões de dólares nos 25 anos que pertence à organização.
É seguido de perto pela China, com 86 bilhões de dólares, desde que foi integrada à OMC em 2001, e pela Alemanha, com 66 bilhões, de acordo com um estudo publicado pela fundação alemã.
"Nenhuma organização é perfeita, mas qualquer pessoa que confie em um sistema de acordos comerciais puramente bilaterais, em vez de fazê-lo na OMC, correria o risco de ter grandes perdas no comércio internacional", diz Christian Bluth, especialista da Bertelsmann.
A OMC, que tem 164 países membros, celebrará seu 25º aniversário em 1º de janeiro em um estado de paralisia porque os Estados Unidos, muito críticos à organização, se recusaram a nomear novos juízes do tribunal de apelações do Órgão de Solução de Litígios Comerciais. (ORD).
O conflito comercial entre Washington e Pequim em dezembro chegou a uma trégua na disputa tarifária, enquanto se aguarda a assinatura de um acordo preliminar que pode ocorrer em janeiro.
Globalmente, a OMC forneceu a seus membros um complemento de crescimento de cerca de US $ 855 bilhões até 2016, diz a Fundação Bertelsmann.
Isso corresponde a cerca de 1% do PIB mundial e um crescimento médio de 4,5% do PIB em cada país membro durante seu período de associação à OMC.
"Os países cujas exportações e produção são fortes são os principais beneficiários" dessa adesão, segundo um comunicado, que também menciona a Coreia do Sul e o México.
As outras grandes economias europeias, França (US$ 24,5 bilhões) e Reino Unido (US$ 22 bilhões) também se beneficiaram do sistema, mas em menor grau.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou em meados de dezembro sua intenção de se reunir no início de 2020 com o presidente dos Estados Unidas, Donald Trump, para tentar apaziguar disputas comerciais com Washington.