Economia

Estudo destaca demanda por infraestrutura na América do Sul

Segundo Itaú BBA, Brasil, Chile, Colômbia e Peru demandam investimentos de US$ 129,92 bilhões em infraestrutura


	Construção de ferrovia: Brasil lidera os investimentos em infraestrutura na América Latina
 (Divulgação)

Construção de ferrovia: Brasil lidera os investimentos em infraestrutura na América Latina (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2014 às 21h47.

São Paulo - Brasil, Chile, Colômbia e Peru oferecem oportunidades de investimento em infraestrutura, com uma demanda calculada conjunta de US$ 129,92 bilhões em projetos administrados até 2017, apontou nesta segunda-feira um estudo do banco Itaú BBA.

As estradas são o principal foco dos investimentos, embora no caso chileno exista também uma abertura no setor aeroportuário, de acordo com a análise detalhada de informações públicas anunciadas pelo mercado e os governos dos quatro países.

No caso brasileiro, o Programa de Investimentos em Logística para o período 2014-2017 inclui projetos de estradas, portos e ferrovias, tanto através de investimentos diretos ou com alianças público-privadas.

Apesar de o Brasil liderar esse tipo de investimento na região, "existem bons projetos em outros países" e, nesse sentido, "o mercado deverá estar preparado para atender essa demanda e aproveitar as oportunidades", declarou Alberto Zoffmann, diretor do Project Finance do Itaú BBA, entidade que já atua na região.

O setor de estradas representa 40,3% da demanda de investimentos nos quatro países, com a Colômbia à frente (US$ 24,4 bilhões), seguida pelo Brasil (US$ 13,7 bilhões), Peru (US$ 11 bilhões) e Chile (US$ 3,25 bilhões).

Os projetos de ferrovias, por sua vez, têm o Brasil na cabeça com US$ 25,59 bilhões, secundado pelo Peru, com US$ 8,3 milhões, Chile com US$ 4,45 bilhões e Colômbia com US$ 3,16 bilhões.

Já as obras relacionadas a aeroportos necessitam de US$ 4,18 bilhões no Brasil, US$ 720 milhões no Chile, US$ 500 milhões na Colômbia e US$ 450 milhões no Peru.

A construção de portos, por sua vez, demanda US$ 24,82 bilhões no Brasil, US$ 1,8 bilhão no Chile, US$ 1,59 bilhão na Colômbia e US$ 300 milhões no Peru.

O Aeroporto Internacional de Santiago do Chile, com uma projeção de 19 milhões de passageiros anuais a partir de 2020, por exemplo, irá requerer entre US$ 720 milhões e US$ 800 milhões para a construção de um novo terminal e a reforma do atual.

Na Colômbia, além da quarta geração de seu Programa de Estradas, o maior entre os quatro países, a nação andina também iniciou o processo de licitação para a hidrovia do rio Magdalena, que cruza praticamente todo o país.

"A Colômbia tem um grande problema com as montanhas e suas selvas. As distâncias, apesar de serem pequenas, cruzam cordilheiras e isso exige um alta investimento", comentou Zoffmann em declarações à Agência Efe.

O Peru, por sua parte, oferece oportunidades na construção das linhas 3 e 4 do metrô de Lima, com uma extensão de 32 e 30 quilômetros respectivamente que será outorgada por concessão, enquanto o Gasoduto Sul Peruano (GSP) demandará investimentos por US$ 6,5 bilhões para seus mil quilômetros de extensão.

"Não existe uma única razão para o aumento de investimentos, mas o ponto principal é melhorar a infraestrutura e garantir a competitividade do país", disse Zoffmann, destacando o exemplo da modernização aeroportuária e mobilidade urbana antecipada pelo Brasil por ocasião da realização da Copa do Mundo de 2014.

No entanto, Zoffmann questionou que "o plano de desenvolvimento do governo não estava encaixado" à realização de eventos esportivos de grande magnitude como a Copa e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016.

"O governo reconheceu que alguns projetos não são possíveis de serem conduzidos apenas através de concessões ou de forma pública" e por isso, ressaltou o executivo, se recorreu cada vez mais à "iniciativa privada" por meio das alianças público-privadas.

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