Economia

Estudo descarta bolha imobiliária no Brasil

São Paulo - A possibilidade de que uma "bolha" esteja se formando no setor imobiliário brasileiro, apoiada em volumes robustos de crédito imobiliário e preços de imóveis em alta, pode não passar de um temor infundado.</p> A constatação foi feita nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que encomendou […]

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2011 às 13h35.

São Paulo - A possibilidade de que uma "bolha" esteja se formando no setor imobiliário brasileiro, apoiada em volumes robustos de crédito imobiliário e preços de imóveis em alta, pode não passar de um temor infundado.</p>

A constatação foi feita nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que encomendou um estudo à MB Associados para comprovar que, mantidos os atuais patamares do setor, a formação de uma bolha não deve acontecer no curto ou no longo prazo.

"Não temos características básicas que induzam ao aparecimento de uma bolha... Não temos excesso de endividamento", disse o economista da MB, José Roberto Mendonça de Barros, se referindo à alavancagem excessiva vista nos Estados Unidos em 2008, que marcou o início da crise econômica mundial.

O estudo assinalou que um dos fatores que pode levar à formação de uma bolha envolve a ausência de um indicador para balizar os preços de imóveis no Brasil, que vêm avançando em ritmo tão forte quanto o da demanda. No caso brasileiro, contudo, essa aceleração refletiria um reajuste após 20 anos em que o setor imobiliário foi mal precificado.

"Quando a demanda começa a crescer, aumentar preços é normal. O importante é saber se há oferta para isso", afirmou Mendonça de Barros.

Embora tenha descartado uma bolha, o economista alertou para a forte demanda por parte da classe C que, até 2016, deve exigir cerca de 1,5 milhão de imóveis a cada ano disponíveis no mercado. "O mais importante é aumentar a produção imobiliária, como tem acontecido."

Semestre recorde

A combinação de um cenário econômico estável com recuperação da renda da população e flexibilização dos bancos levou a um recorde em financiamento imobiliário no primeiro semestre.

De janeiro a junho, os recursos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) atingiram 23,8 bilhões de reais, alta de 77 por cento ante a primeira metade de 2009, segundo a Abecip.

Nos seis meses até junho, foram financiadas 187,6 mil unidades pelo sistema, número 51,5 por cento maior que igual período do ano passado.

O desempenho semestral levou a entidade a elevar a previsão para os empréstimos concedidos pelo sistema para financiamento imobiliário em 2010 para 57 bilhões de reais, totalizando 450 mil unidades. A previsão anterior era de 45 bilhões de reais, montante já atingido nos 12 meses até junho.

De acordo com a Abecip, se considerados os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), os financiamentos para imóveis este ano podem superar 65 bilhões de reais em crédito e 480 mil unidades financiadas.

Para o presidente da Abecip, Luiz Antônio França, em 2014, o financiamento imobiliário deve responder por 11 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Hoje, essa relação é de 4 por cento.

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