Economia

Estragos da guerra comercial começam a pesar sobre consumidores

O desaquecimento do setor de manufatura alimenta temores de que a economia mundial esteja a caminho de uma recessão

Guerra comercial: além do Brexit, tensões comerciais entre EUA e China atingem a confiança e decisões de investimento de empresários (MikeMareen/Getty Images)

Guerra comercial: além do Brexit, tensões comerciais entre EUA e China atingem a confiança e decisões de investimento de empresários (MikeMareen/Getty Images)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 5 de setembro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 06h00.

Consumidores de todo o mundo estão com muito peso sobre os ombros, e a pressão começa a aparecer.

Como as ameaças sobre a demanda - desde as tensões comerciais EUA-China até o Brexit - atingem a confiança e decisões de investimento de empresários, os consumidores mostram que são os principais fatores de impulso do crescimento global.

O JPMorgan Chase calcula que o volume global de vendas no varejo subiu 4,8% no último trimestre, puxado ainda pela falta de mão de obra.

Mas há sinais de que essa tendência pode mudar em breve, já que o desaquecimento do setor de manufatura pode atingir as contratações, e os mercados financeiros se contraem em meio à guerra comercial.

Ambas as forças podem levar à uma redução dos gastos dos consumidores, alimentando temores de que a economia mundial esteja a caminho de uma recessão.

Economistas do Morgan Stanley já alertam que a economia americana só não entrou em recessão devido aos gastos dos consumidores nos EUA. O JPMorgan projeta que o crescimento global do emprego se mantenha em torno de 1% no último trimestre, uma desaceleração em relação ao ritmo anterior.

"Seria equivocado acreditar que a fraqueza da manufatura não será filtrada para o resto da economia", embora as fábricas representem uma parcela relativamente pequena da produção nos EUA, disse Gregory Daco, economista-chefe da Oxford Economics.

Um grande alerta veio na semana passada, quando preocupações com tarifas e inflação contribuíram para a maior queda do índice de confiança do consumidor medido pela Universidade de Michigan em quase sete anos.

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