Economia

Estatais precisariam de, no mínimo, R$ 150 bilhões

Petrobras precisaria de R$ 100 bilhões do Tesouro, segundo estimativas do mercado, e a Eletrobras de outros R$ 50 bilhões


	Petrobras: estimativas mais conservadoras apontam que estatal vai precisar de R$ 100 bilhões para honrar as dívidas neste ano e em 2017.
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: estimativas mais conservadoras apontam que estatal vai precisar de R$ 100 bilhões para honrar as dívidas neste ano e em 2017. (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2016 às 08h54.

São Paulo - No mercado, já é dado como certo que Petrobras e Eletrobras vão precisar de aporte do Tesouro. As estimativas em relação às cifras, porém, não são nada consensuais, especialmente para a petroleira.

A estatal teve várias perdas. Perdeu com a corrupção, investigada na Operação Lava Jato. E viu o caixa sangrar no período em que o governo de Dilma Rousseff, para controlar a inflação, impediu os reajustes do combustível no mercado interno, enquanto pagava caro por ele no mercado internacional.

Com a queda no preço do petróleo, os custos para a exploração do pré-sal vão se tornando impeditivos.

Alguns acreditam que Petrobras vai precisar ao menos de R$ 100 bilhões para quitar as dívidas que vencem neste ano e no próximo. Entre 2016 e 2019, vencem R$ 252,9 bilhões em dívidas.

Outros projetam que a conta vai passar de R$ 200 bilhões para que a estatal consiga estabilizar a relação entre dívida e Ebitda (índice que mede o peso do endividamento olhando quantos anos de geração de caixa são suficientes para quitar os débitos).

No último balanço, estava em 5,3 anos, mais que o dobro dos 2,5 palatáveis para uma companhia de seu porte.

A Moody's, em relatório que avalia eventuais passivos contingentes no Brasil, estimou que nos próximos três anos a Petrobras pode demandar aportes equivalentes a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB): cerca de R$ 330 bilhões.

Fontes próximas à diretoria, que não querem ter o nome revelado, afirmam que a Petrobras tem condições de seguir adiante "sem um tostão do Tesouro".

O argumento: implementou um agressivo plano de vendas de R$ 14 bilhões em ativos e tem "convicção" de que vai conseguir cumpri-lo.

Na semana que passou, a empresa anunciou a venda de US$ 1,3 bilhão em participações em subsidiárias no Chile e na Argentina.

Eletrobras

O valor da capitalização da Eletrobras seria mais baixo, mas não menos expressivo: ficaria próximo de R$ 50 bilhões, estimam fontes ligadas à empresa. A estatal já vai receber R$ 1 bilhão e pleiteia outros R$ 5,9 bilhões de aportes previstos no orçamento.

A Eletrobras tem perdas recorrentes com distribuidoras no Norte e Nordeste. Os acionistas minoritários querem que elas sejam vendidas, mas a proposta não avança porque o acionista controlador, a União, é contra.

A assessoria de imprensa da Petrobras preferiu não se manifestar. A assessoria da Eletrobras disse que a estatal não comenta especulações.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEletrobrasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergia elétricaEstatais brasileirasHoldingsIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoServiçosTesouro Nacional

Mais de Economia

Isenção de IR até R$ 5 mil pode custar R$ 45,8 bilhões aos cofres públicos, calcula Warren

Seguro-desemprego está fora de pacote de corte de gastos, diz ministro do Trabalho

Haddad anunciará isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil a partir de 2026 e taxação de super-rico

Isenção do imposto de renda até R$ 5 mil: como é hoje e o que pode mudar