Economia

Estados perdem competitividade por causa de violência, aponta pesquisa

Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (14) é da ONG Centro de Liderança Pública (CLP)

ARMAS: estados brasileiros perdem competitividade por causa da violência (Thinckstock/Reprodução)

ARMAS: estados brasileiros perdem competitividade por causa da violência (Thinckstock/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 14 de setembro de 2018 às 11h05.

Última atualização em 14 de setembro de 2018 às 11h08.

Pesquisa da organização não governamental (ONG) Centro de Liderança Pública (CLP), divulgada nesta sexta-feira (14), aponta que estados brasileiros estão perdendo competitividade por causa da violência.

É o caso, por exemplo, do Acre, que perdeu oito posições no ranking nacional em decorrência da violência, e agora está na última colocação. Na área de segurança pública, passou de 5º colocado (em 2015) para 20º (em 2018).

De acordo com a pesquisa, desde 2016, "a disputa pelo controle de fronteiras do tráfico de drogas na região, levou a um enorme aumento da violência, de 2015 para 2016, o número de homicídios subiu 86%. Só no Acre, são 1,4 mil quilômetros de fronteiras com a Bolívia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo".

Outro estado com queda no quesito segurança foi Roraima, que caiu da 4ª posição (2015) para 26ª (2018), ficando a frente apenas de Pernambuco (27ª).

As cinco unidades da Federação melhor avaliadas no combate à criminalidade são: São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

Em sua sétima edição, o ranking de competitividade, elaborado pela organização em conjunto com a Tendências Consultoria Integrada e Economist Intelligence, avalia dez quesitos de gestão pública: sustentabilidade ambiental, capital humano, educação, eficiência da máquina pública, infraestrutura, inovação, potencial de mercado, solidez fiscal, segurança pública e sustentabilidade social.

Para a diretora executiva da CLP, Luana Tavares, o trabalho conclui a necessidade de uma atuação mais ostensiva dos gestores na área de segurança pública. Ela propõe a "otimização dos serviços e maior investigação dos crimes em um trabalho conjunto das polícias civil e militar". Também afirmou que a maioria dos estados não tem priorizado ações para o cumprimento da meta das Nações Unidas de diminuir em 50% as mortes no trânsito até 2020.

Rio de Janeiro perde posições com crise financeira

Enfrentando uma grave crise financeira, o estado do Rio de Janeiro vem perdendo posições no ranking geral. Em 2015, estava no oitavo lugar, em 2018, passou para o 13º.

No quesito eficiência da máquina pública, caiu do 10º para o 15º lugar. Em solidez fiscal, está na última posição. Um dos motivos para ficar em último, conforme a pesquisa, é que o Rio de Janeiro acumula uma dívida superior a R$ 90 bilhões, consequência da política de desonerações tributárias e do "excessivo gasto com a máquina pública", que teriam levado à redução da arrecadação no estado.

Na avaliação de Luana Tavares, a "situação de calamidade financeira" tem impedido uma reversão do quadro no Rio de Janeiro.

Alagoas sobe de posição

Já Alagoas teve o maior avanço na classificação nacional, subindo oito pontos e garantindo a 16ª posição.

A pesquisa indica que o estado reestruturou a dívida com a União, "reduzindo o pagamento de juros e, por consequência, a quantidade de recursos destinados a este fim".

Dos dez pontos analisados, Alagoas registrou alta em oito e teve o melhor resultado em solidez fiscal. Na área de segurança pública, subiu sete posições.

Ranking geral

No ranking geral, São Paulo lidera, mantendo a posição desde 2017, seguido por Santa Catarina (2º), Distrito Federal (3º) e Paraná (4º).

Os demais estados estão nas seguintes posições: Rio Grande do Sul (5º), Minas Gerais (6º), Mato Grosso do Sul (7º), Espírito Santo (8º), Paraíba (9º), Goiás (10º), Mato Grosso (11º), Ceará (12º), Rio de Janeiro (13º), Rondônia (14º), Tocantins (15º), Alagoas (16º) Amazonas (17º), Roraima (18º), Rio Grande do Norte (19º), Pernambuco (20º), Piauí (21º), Bahia (22º), Pará (23º), Amapá (24º), Sergipe (25º), Maranhão (26º) e Acre (27º).

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