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Estados disputam fábrica da Petrobras

Novo projeto de lançar fábricas de ureia e amônia da Petrobras gera disputa entre os Estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 17h15.

Os planos da Petrobras de implantar novas fábricas de ureia e amônia - matérias-primas para a produção de fertilizantes - geraram uma disputa entre os Estados de Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, interessados em atrair o investimento. Enquanto a estatal não define o local das novas unidades, as discussões fervilham nos bastidores e, segundo fontes, já levaram até o vice-presidente José Alencar a agir para assegurar que a produção fique em Minas, seu Estado natal.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse que o governador do Estado, Aécio Neves, já se dispôs a mandar construir, por meio da Gasmig (braço da Cemig no setor de gás), um duto ligando o Gasoduto Brasil-Bolívia à região do Triângulo Mineiro. O gás natural é matéria-prima necessária para a produção de amônia e ureia. O investimento no gasoduto, segundo Azeredo, chegaria a R$ 1,3 bilhão.

"O mercado consumidor de amônia, que são as fábricas de fertilizantes, estão no Triângulo Mineiro", argumentou Azeredo. Além disso, segundo o senador, a Petrobras, "tem um débito com Minas Gerais", já que, segundo ele, o único investimento de grande porte da empresa no Estado foi feito na década de 60, na construção da refinaria de Betim. Segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), apenas uma das unidades custaria US$ 2 bilhões. "Sob o ponto de vista técnico e empresarial, não tenho dúvida de que a Petrobras. vai optar pelo Mato Grosso do Sul", disse Delcídio.

Segundo ele, dois fatores contam a favor do Estado. O gasoduto Brasil-Bolívia corta o território sul-mato-grossense, facilitando o escoamento do gás. "Puxar um gasoduto de 300 quilômetros para Minas não faz sentido", argumentou. Além disso, sustenta Delcídio, Mato Grosso do Sul possui usinas termelétricas movidas a gás natural, que já possuem contratos de compra do combustível. E, como as usinas não funcionam o tempo todo - apenas quando os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão baixos -, o gás que elas contratam e não utilizam poderia ser usado na fábrica de compostos para fertilizantes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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