Economia

Estado não será nem mínimo nem empresário, diz Mário Mesquita, do Itaú

Para economista-chefe do Itau Unibanco, privatização é mais importante para melhorar a administração das estatais do que para gerar recursos

Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú, em palestra no EXAME Fórum (Germano Luders/Exame)

Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú, em palestra no EXAME Fórum (Germano Luders/Exame)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de agosto de 2019 às 08h00.

Última atualização em 21 de agosto de 2019 às 08h00.

São Paulo - “Não vai ser Estado mínimo, mas não precisa ser Estado tão empresário como foi nas últimas décadas”.

A frase é de Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, em encontro com jornalistas nesta terça-feira (20) em São Paulo para expressar apoio ao plano de privatizações do governo federal.

No cálculo do banco, serão R$ 236 bilhões em concessões e privatizações só neste ano, o equivalente a 3,3% do PIB, incluindo R$ 65 bilhões já realizados.

Esta aí a venda de 90% das ações da Transportadora Associada de Gás S.A (TAG), subsidiária da Petrobras, por R$ 33 bilhões, assim como leilões de aeroportos e da ferrovia norte-sul, entre outros.

Já o leilão do excedente da cessão onerosa do pré-sal, a ser realizado no dia 06 de novembro, deve gerar mais de R$ 100 bilhões para o governo.

Mas Mesquita destaca que esses recursos, por serem não recorrentes, não devem ser usados para mascarar o rombo fiscal.

"O principal argumento para privatizar é que o setor privado administra melhor as empresas do que o Estado”, diz Mesquita.

A ideia também é defendida por Otaviano Canuto, ex-secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e que passou por cargos executivos em instituições multilaterais incluindo o Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI).

"As privatizações darão uma receita modesta mas não são a salvação da lavoura, e seu efeito mais importante é pelo lado da produtividade e não da arrecadação", disse Canuto em entrevista recente para EXAME.

Paulo Guedes, ministro da Economia, fala desde a campanha na meta de conseguir R$ 1 trilhão com privatizações, concessões e venda de participações de imóveis públicos.

Em um evento sobre gás natural na semana passada, ele disse que a venda dos controles da Eletrobras e dos Correios já estão avançadas e que as privatizações vão se acelerar a partir de agora.

Ao lado do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, ele provocou: “Não duvido que vamos privatizar coisas maiores, viu Castello?”.

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