A Abrasca prevê que as empresas vão aumentar os investimentos em 2012 (SXC.hu)
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2011 às 16h39.
Rio de Janeiro - A última Pesquisa de Expectativas Econômicas do ano, divulgada hoje no Rio de Janeiro, pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), sinaliza que a economia brasileira seguirá em ritmo de expansão em 2012. Este ano, a estimativa é que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça entre 3% e 3,5% este ano.
Para o ano que vem, 52% das companhias ouvidas esperam desempenho do PIB superior a 3,5%. Conforme avaliou o economista Alexandre Fischer, “isso traz como consequência, de imediato, investimentos. Com o ritmo estável de crescimento, as companhias declararam na pesquisa investir no mesmo ritmo que elas vêm investindo”. A expectativa de alta do PIB foi menor que na pesquisa de junho (59%), mas representa o dobro do percentual da sondagem de janeiro (24,4%).
A expectativa é também de estabilidade em relação às vendas no mercado interno e das exportações. “As empresas não estão vendo necessidade de aumento da capacidade instalada”, disse Fischer. “Paralelamente, você também tem expectativa de manutenção do nível de emprego”.
A pesquisa mostra que as margens de lucro das companhias devem se recompor em relação aos dois últimos semestres. Segundo o economista, esse é um indicativo que pode significar incremento da capacidade de investimento das empresas.
Para o câmbio, a expectativa é de estabilização da taxa em torno de R$ 1,75. Para a inflação em 2012, baseada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 12% das companhias consultadas esperam elevação do índice, contra 56% que apostam na estabilidade. Na pesquisa feita em junho, 70% das empresas esperavam alta da inflação, contra 30% que estimavam estabilidade.
O presidente da Abrasca, Antonio Castro, analisou que a manutenção do nível de investimento atual das companhias e a possibilidade de recomposição das margens, que pode ser alcançada com aumento de preços ou redução de custos, ocorrerão a partir de um patamar mais baixo, embora dentro de um cenário de estabilidade econômica.
Castro admitiu que a recomposição das margens de lucro das empresas, pela via do aumento de preços, exerce pressão sobre a inflação. Mas disse que a queda da taxa básica de juros (Selic) pode aliviar essa pressão. “Do ponto de vista dessas pressões, talvez as empresas tenham agora um cenário mais estável”. A impressão das empresas, na avaliação de Alexandre Fischer sobre os dados da pesquisa, é que “o trabalho do Banco Central de convergência da inflação para o centro da meta [4,5% ao ano] está sendo bem executado. Foi uma antecipação inteligente do movimento de mercado”.