Economia

Especialistas defendem ações de economia solidária na crise

O tema foi discutido no 4° Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, hoje (25) em Brasília

Crise econômica: a economia solidária foi apontada como alternativa de geração de trabalho e renda no momento em que há altas taxas de desemprego no país (Thinkstock/Ridofranz/Thinkstock)

Crise econômica: a economia solidária foi apontada como alternativa de geração de trabalho e renda no momento em que há altas taxas de desemprego no país (Thinkstock/Ridofranz/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 25 de abril de 2017 às 16h19.

Última atualização em 25 de abril de 2017 às 16h21.

Debatedores defenderam hoje (25) que ações de economia solidária sejam adotadas como políticas públicas de Estado e não de governo para garantir sua continuidade.

A discussão sobre o tema foi feita no 4° Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável, em Brasília.

A economia solidária também foi apontada como alternativa de geração de trabalho e renda no momento em que há altas taxas de desemprego no país.

A vice-presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol Brasil) e ex-diretora do Departamento de Incentivo e Fomento à Economia Solidária do governo do Rio Grande do Sul, Nelsa Nespolo, disse que é preciso contar com políticos comprometidos com a sustentabilidade para fortalecer a economia solidária.

"Não queremos políticas de governo, queremos políticas públicas de Estado porque elas permanecem e as políticas de governo passam. Temos que ter governos comprometidos com esse público e esses trabalhadores. Quando um gestor está executando uma política social, ele está fazendo sua obrigação", disse Nelsa Nespolo.

O ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ex-titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo da prefeitura de São Paulo Artur Henrique defendeu a adoção, pelos municípios, de legislações que usem o potencial das compras públicas como meio para fortalecer o modelo de comércio solidário.

"Podemos utilizar mudanças na legislação para transformar a política pública. Não apenas uma decisão governamental que com uma canetada alguém resolve acabar com o que está em vigor, é uma lei aprovada que obriga o processo de licitação cumprir determinadas para priorizar micro e pequenas empresas e cooperativas", disse Artur Henrique.

A secretária de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do governo da Bahia, Olívia Santana, avalia que, com o desemprego, a economia solidária se coloca como uma alternativa para garantir autonomia financeira.

"Temos que entender a economia solidária como uma estratégia econômica fundamental de resistência a toda essa crise que estamos vivendo. Diante de um quadro de descenso do emprego formal é preciso priorizar, investir, não deixar regredir as políticas de geração de renda e os empreendimentos da economia solidária são fundamentais", disse.

A opinião é compartilhada por Artur Henrique que também considera que, com o atual quadro de desemprego, a economia solidária se impõe como alternativa.

Olívia Santana avalia ainda que nos momentos de crise os projetos de economia solidária estão entre os primeiros a sofrer cortes orçamentários, quando deveria ocorrer o inverso.

"É uma nova lógica diante do que está posto na economia capitalista".

O 4° Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável é realizado pela Frente Nacional dos Prefeitos e ocorre até 28 de abril.

O evento é realizado a cadas dois anos e nesta edição reúne gestores municipais e estaduais com o tema central "Reinventar o financiamento e a governança das cidades".

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