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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília O ex-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e membro da academia Pan-Americana de Engenharia, Wilson Lang, fez um alerta para a necessidade do Estado ter políticas públicas preventivas para evitar consequências desastrosas quando ocorrem fenômenos da natureza como chuvas em grande volume e terremotos.
Segundo o especialista, o Brasil precisa levar em conta que a chuva é um componente natural como os terremotos em outros pontos do planeta, sendo, por isso, necessário o cuidado com a prevenção.
Essa é uma questão nacional, não é do Rio de Janeiro especificamente, o Brasil tem que perceber que a engenharia tem a solução para isso. Com certeza, o que o estado paga por conta desta tragédia, teria resolvido tecnicamente todos os problemas a contento e nós não teríamos que correr atrás das tragédias. No mundo desenvolvido, fazem-se os investimentos antes, para proteger a vida, e não para chorar as mortes, afirmou ontem (7), em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.
O especialista apontou três quesitos a serem levados em consideração na tomada de decisões preventivas: o primeiro é a questão da moradia segura, que para o engenheiro, só será possível quando não houver habitações em encostas.
O segundo é o princípio do sistema de drenagem urbana. Os bueiros precisam ser limpos e a população se conscientizar da importância de não jogar lixo nas ruas, observou Lang. E o terceiro ponto é um sistema de alerta meteorológico que preveja também a quantidade de chuva e não apenas se vai ou não chover.
O engenheiro fez um alerta para que as autoridades de Defesa Civil de Salvador fiquem atentas aos problemas que chuva intensas podem causar à capital baiana. "Salvador tem muitas encostas e muitas pessoas morando em situações tecnicamente inviáveis", disse.