Economia

Espanha rejeita ajustes para conseguir intervenção do BCE

O ministro espanhol da Economia garantiu que o país vai cumprir seus objetivos orçamentários sem a intervenção do banco


	Luis de Guindos: "ninguém está negociando nenhum tipo de ajuste adicional" 
 (François Lenoir/Reuters)

Luis de Guindos: "ninguém está negociando nenhum tipo de ajuste adicional"  (François Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2012 às 09h42.

Madri - O ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, afirmou nesta quarta-feira que "ninguém está negociando nenhum tipo de ajuste adicional" para conseguir que o Banco Central Europeu (BCE) intervenha no mercado de dívida e reduza assim o prêmio de risco da Espanha.

Em entrevista coletiva antes de uma reunião da equipe econômica do governante Partido Popular (PP), De Guindos declarou que "é muito importante levar em conta que a Espanha vai cumprir seus objetivos orçamentários independentemente da intervenção" do BCE.

Insistiu que "o compromisso do governo da Espanha com a consolidação fiscal é absoluto, é total" e isso é "o que deve ser levado em consideração por parte dos sócios europeus".

Em qualquer caso, ressaltou que o governo espanhol "não tomou nenhuma decisão" sobre o pedido do resgate e "está analisando as alternativas" possíveis até que não se defina qual será o marco concreto de atuação do BCE.

Em sua opinião, as medidas adotadas pelo organismo presidido por Mario Draghi têm que ser "efetivas" para relaxar os prêmios de risco de países como a Espanha.

Reconheceu, no entanto, que na reunião do Eurogrupo que será realizada em meados de setembro no Chipre "se estabelecerá o entrecruzado de condições para que essa intervenção aconteça".


Em referência às críticas publicadas hoje em jornais internacionais sobre a atuação do governo espanhol na crise econômica, De Guindos destacou que o Executivo "trabalha pelos interesses da Espanha e do euro".

O governo de Mariano Rajoy se comprometeu a diminuir o déficit da Espanha de 8,9% até 6,3% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, 4,5% em 2013 e até 2,8% em 2014.

De Guindos também falou sobre o pedido de 5,023 bilhões de euros de ajuda ao Estado espanhol que a Catalunha realizou para poder pagar sua dívida e ressaltou que a "condição fundamental" para receber esse montante é que cumpra o objetivo de déficit de 1,5% do PIB em 2012 estabelecido para as regiões autônomas espanholas.

Além da Catalunha, as regiões de Valência e Múrcia pediram também essa ajuda financeira ao governo espanhol para fazer frente a seus vencimentos de dívida.

De Guindos insistiu que a redução do déficit é o "elemento básico" para solucionar os problemas de liquidez das diferentes comunidades autônomas, já que de outro modo - assegurou - as dificuldades reaparecerão nos próximos meses.

O ministro espanhol lembrou que o pedido de apoio financeiro da Catalunha "estava perfeitamente previsto e dentro das projeções" do governo. 

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