Economia

Espanha reforça vontade de disputar leilão do trem-bala

O trem-bala que será construído entre Rio e São Paulo é um dos projetos de maior envergadura do país


	Espanha: a ministra de Fomento, Ana Pastor, declarou que a Espanha está "totalmente de acordo" com a transferência de tecnologia que o Brasil exige.
 (Sean Gallup/Getty Images)

Espanha: a ministra de Fomento, Ana Pastor, declarou que a Espanha está "totalmente de acordo" com a transferência de tecnologia que o Brasil exige. (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2013 às 16h55.

Brasília - A ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor, afirmou nesta terça-feira no Brasil que as empresas espanholas estão em condições de ocupar-se de todas as fases do projeto de construção do trem de alta velocidade (TAV), ou trem-bala, que ligará São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.

Somos capazes de oferecer a operação completa, desde as obras civis até a tecnologia, a parte de eletrificação, segurança e controle", disse à Agência Efe a ministra espanhola após uma série de reuniões com os responsáveis do setor de infraestruturas do Brasil.

O trem-bala que será construído entre Rio e São Paulo é um dos projetos de maior envergadura do país e, em cada uma de suas reuniões, a ministra ratificou o interesse e a "decisão" da Espanha de participar da licitação, cuja primeira fase será definida no próximo mês de setembro.

Ana Pastor reiterou que o consórcio de empresas públicas e privadas que se inscreverá para essa licitação será conhecido "nos próximos dias" e ressaltou a capacidade das empresas espanholas para concursar em cada uma das fases.

"Na Espanha, durante décadas, fez-se um esforço muito grande para contar com uma das maiores redes de alta velocidade do mundo", com empresas tecnológicas "que aprovam este projeto", com "trens de provada eficiência" e com "um grande capital humano", detalhou.

Também ressaltou que a proposta espanhola apresentará garantias de um "financiamento estável e os avais correspondentes", tal como ocorreu no processo para a construção do trem de alta velocidade saudita entre Meca e Medina, adjudicada em janeiro de 2012 por um consórcio espanhol.


Além disso, Ana Pastor declarou à Efe que a Espanha está "totalmente de acordo" com a transferência de tecnologia que o Brasil exige e que, além disso, está disposta a colaborar com "a formação profissional do capital humano" necessária.

Nesse sentido, explicou que pediu às autoridades brasileiras que suavizem os "impedimentos burocráticos" para a homologação de títulos a fim de facilitar que engenheiros espanhóis participem de um projeto que "deve estar acompanhado por essa formação" de profissionais idôneos.

No último dia de sua terceira visita ao Brasil desde junho do ano passado, Ana Pastor também ofereceu a experiência da Espanha em matéria de portos e aeroportos, nas quais o país tem vastos planos de modernização que mobilizarão investimentos milionários.

A ministra espanhola se reuniu com o ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil, Moreira Franco, para tratar esses planos e destacou que as empresas da Espanha têm os avais técnicos e de gestão necessários tanto na parte civil das obras como em matéria de gestão aeroportuária.

Citou especialmente o caso da Aena, considerada a maior operadora do mundo nesse setor e responsável pela gestão de 47 aeroportos na Espanha e de 26 em outros países, assim como pelo transporte de 200 milhões de passageiros anuais no mundo.

Atualmente, o Brasil tem milionários projetos para ampliar e modernizar todos seus aeroportos e, especialmente, os das 12 cidades que no ano que vem serão sedes da Copa do Mundo, entre elas o Rio de Janeiro, que em 2016 receberá também os Jogos Olímpicos.


Ana Pastor também se reuniu com o ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Leônidas de Menezes Cristino, com quem analisou as possibilidades de cooperação hispânico-brasileira nessa área.

A ministra espanhola salientou que pelos terminais portuários espanhóis passam 400 milhões de toneladas de produtos por ano, o que representa um dado de eficiência e gestão que pode servir como base para os planos do Brasil nesse setor estratégico de sua economia.

Na semana passada, o Congresso brasileiro aprovou novas normas para a gestão e concessão de portos, que, segundo o governo, nos próximos anos podem atrair investimentos públicos e privados, tanto nacionais como estrangeiros, no total de US$ 25 bilhões.

Segundo Ana Pastor, a Espanha está disposta a participar de todos esses projetos, uma oferta que "foi muito bem recebida" pelo Brasil. 

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