Economia

Espanha e Itália podem enfrentar sua dívida, diz estudo

Tanto Itália quanto a Espanha registraram recentemente recordes de 7,3% e 7,6%, respectivamente, nas taxas dos juros que pagavam por suas dívidas


	 

	No que se refere à Espanha, a análise dá ênfase especial às consequências das necessidades de recapitalização bancária
 (Alex Domanski/Reuters)

  No que se refere à Espanha, a análise dá ênfase especial às consequências das necessidades de recapitalização bancária (Alex Domanski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de agosto de 2012 às 21h34.

Washington - As economias da Espanha e da Itália deveriam ''ser tratadas como solventes e capazes de suportar sua dívida'' e não necessitarão reestruturá-la, indicou nesta quarta-feira um estudo do Peterson Institute de Washington.

A análise, realizada pelo economista William R. Cline, afirma que apesar de normalmente se considerar que se for superado o limiar dos 7% de interesse sobre a dívida soberana é preciso levar a cabo um resgate, os cálculos assinalam que ambos países ''podem sustentar taxas de entre os 7% e os 7,5% por um longo tempo''.

Tanto Itália quanto a Espanha registraram recentemente recordes de 7,3% e 7,6%, respectivamente, nas taxas dos juros que pagavam por suas dívidas.

Como condição, Cline ressalta que ''ambos os países devem alcançar com sucesso suas metas fiscais'' para ''melhorar mais rapidamente'' as condições de suas dívidas.

No que se refere à Espanha, a análise dá ênfase especial às consequências das necessidades de recapitalização bancária.

Os cálculos do estudo revelam que no cenário de referência, no qual a Espanha precisa de uma recapitalização bancária de 50 bilhões de euros, a carga da dívida somente subiria de 89% do PIB para 94% para 2020.

Além disso, se elevaria a 99% do PIB se utilizarem os 100 bilhões de euros que os fundos de resgate europeus puseram a sua disposição, o que o estudo descarta.


O cenário ''mais provável'', no entanto, considera que a dívida da Espanha não seja superior a 92% do PIB para 2020.

Todos esses números são considerados por Cline ''manejáveis'' para grandes economias como a espanhola.

Para o economista, não alcançar as metas de redução orçamentária têm mais incidência sobre a capacidade de suportar a dívida da Espanha e da Itália que as altas taxas de juros para se financiar e o baixo crescimento econômico.

No entanto, Cline destaca que ambos os países devem seguir a recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI), e perseguir seus objetivos fiscais em termos de ''medidas políticas específicas mais que em resultados nominais''.

''O drama da dívida na Europa incluiu um cabo de guerra entre os mercados, por um lado; e as autoridades da zona do euro tomando sucessivas ações para acalmar os ânimos nas dois grandes economias, na outra'', acrescenta.

Nesse sentido, Cline destacou como último capítulo ''a resposta das autoridades da zona do euro no final de junho, de se comprometer rumo à união bancária e a vontade do fundo de resgate de emprestar diretamente os bancos espanhóis em lugar de fazê-lo através do governo''.

Como conclusão, assinala que o ''bom desenlace dependerá de que Espanha faça sua parte em alcançar um superávit primário e a eurozona faça a sua na União Europeia''.

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