Economia

Eslovênia mostra plano para sanear finanças e evitar resgate

O programa pretende sanear um setor bancário cheio de dívidas - cerca de 7 bilhões de euros, ou seja, 20% do PIB nacional


	Eslovênia: para evitar o resgate internacional, o governo está disposto a criar um imposto de crise que oscilaria entre 0,5% e 5% da receita, incluindo as aposentadorias
 (Wikimedia Commons/Reprodução)

Eslovênia: para evitar o resgate internacional, o governo está disposto a criar um imposto de crise que oscilaria entre 0,5% e 5% da receita, incluindo as aposentadorias (Wikimedia Commons/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2013 às 07h34.

O governo de centro esquerda da Eslovênia, país considerado potencial candidato a uma ajuda internacional, apresentará nesta quinta-feira um plano de saneamento de suas finanças públicas que será enviado para a Comissão Europeia.

O anúncio será feito após a reunião do Conselho de Ministros.

O programa pretende melhorar as finanças do país e sanear um setor bancário cheio de dívidas - cerca de 7 bilhões de euros, ou seja, 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O objetivo é evitar o caminho já trilhado por outros cinco membros da Zona Euro - Chipre, Espanha, Portugal, Irlanda e Grécia - que pediram resgate. Diante das drásticas condições impostas ao Chipre em troca de ajuda internacional, Liubliana quer evitar, a todo custo, ser submetida ao mesmo tratamento.

À frente do governo esloveno há apenas sete semanas, Alenka Bratusek anunciou, nesta quarta, que levará em conta as propostas da oposição, enquanto o documento de trabalho for evoluindo em função dos resultados de diferentes reuniões com sindicatos, patrões e oposição.

Segundo detalhes que já vazaram desses encontros, o governo se dispõe a criar um imposto de crise que oscilaria entre 0,5% e 5% da receita, incluindo as aposentadorias, a partir de julho.

O Imposto ao Valor Agregado (IVA) também pode subir, e um novo imposto seria aplicado aos bens imobiliários.


Esse aumento do IVA corre o risco de asfixiar a economia de um país já em recessão, condenou Dusan Semolic, dirigente do principal sindicato esloveno ZSSS, após a apresentação do programa aos sindicatos.

Além disso, o governo pretende injetar 1,3 bilhão de euros nos bancos que se encontram à beira da insolvência, provocando um aumento do déficit para 7,3% do PIB em 2013, contra 3,7% em 2012.

A lista de medidas inclui a privatização de um banco e do principal grupo de telecomunicações do país.

O governo também quer negociar com os sindicatos do funcionalismo uma redução do salário dos servidores públicos, que já haviam sofrido uma desvalorização salarial de 8% em 2012.

Nesta quarta, o comissário europeu para Assuntos Econômicos, o finlandês Olli Rehn, comentou que, se o plano "for convincente, concreto e confiável", a União Europeia (UE) decidirá no final de maio qual será a próxima etapa.

A agência de classificação financeira americana Moody's já havia colocado uma pressão adicional sobre o país, em 30 de abril, ao degradar sua classificação soberana de dois níveis para a categoria "especulativa".

A Eslovênia conseguiu arrecadar, porém, US$ 3,5 bilhões no mercado de dívida em 3 de maio.

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