Em meio ao jogo da seleção brasileira, que também acontece amanhã, Lula decide se veta ou não o reajuste de 7,7% aos aposentados. (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decide amanhã (15) se veta o reajuste de 7,7% para aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo por mês. No mesmo texto, Lula define se deve ser encerrada a vigência do fator previdenciário - redutor das aposentadorias. O prazo final para as definições é esta terça-feira.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, reiterou ontem (13) que a equipe econômica ratificou a recomendação a Lula para que vete o reajuste de 7,7% e mantenha o percentual de 6,14%. "Nós fizemos a recomendação para o presidente Lula. Ele vai tomar a decisão na terça-feira. Vamos ver como fica", disse ele, depois da convenção nacional do PT, em Brasília.
Para o ministro, um eventual veto do presidente ao maior percentual não prejudicará a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. "Não tem nada disso. Primeiro, isso não se mistura com eleição", disse Bernardo. Segundo ele, a orientação para o menor reajuste é uma medida para garantir o equilíbrio das contas públicas.
"Isso significa reposição da inflação, mais 2,6 de aumento real. Ninguém pode dizer que o governo do presidente Lula está maltratando os velhinhos", afirmou Bernardo.
O reajuste foi aprovado pela Câmara e pelo Senado, que alterou o texto da medida provisória editada pelo governo concedendo a partir de 1º de janeiro deste ano um reajuste de 6,14%. Mas o tema dividiu a base de apoio ao governo.
Para aliados, os percentuais variaram de 6,14%, conforme o acordo firmado com as centrais sindicais, a 7%, defendido pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e a 7,7%, defendido por governistas, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
Para autoridades do governo, a aprovação do fim do fator previdenciário (redutor das aposentadorias) foi resultado de falta de atenção de parlamentares da base aliada, que permitiu a votação de uma emenda que estabelecia a nova proposta. Para reverter o resultado, resta apenas o veto do presidente.
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