Economia

Equipe econômica escanteia CPMF mas ainda busca jeito de desonerar folha

Ideia rechaçada por Bolsonaro foi abandonada por enquanto, mas ainda há visão de que será necessário criar uma fonte nova de receita na reforma tributária

Paulo Guedes (Adriano Machado/Reuters)

Paulo Guedes (Adriano Machado/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 18h03.

O plano de criar um imposto sobre transações financeiras, que estava em discussão na equipe econômica e chegou a ser apresentado em público esta semana, foi deixado de lado temporariamente, disseram duas pessoas a par do assunto que pediram anonimato.

O tema foi tratado na manhã de hoje, durante reunião do ministro da Economia, Paulo Guedes, e o secretário substituto da Receita, José de Assis Ferraz, segundo uma das fontes.

O governo segue estudando alternativas para desonerar a folha de pagamentos das empresas e reduzir o custo das contratações, em meio ao índice elevado de desemprego, disseram as pessoas.

Segundo elas, a CPMF seria uma peça importante no plano preliminar de reforma tributária. Apesar disso, a visão para a reforma de que é necessário criar uma fonte adicional de receita está mantida.

O Ministério da Economia não quis comentar o assunto.

A proposta de uma nova CPMF derrubou o secretário da Receita, Marcos Cintra, após receber oposição do Congresso e do presidente Jair Bolsonaro.

A ideia era criar um Imposto de Transações Financeiras (ITF) para compensar a desoneração da folha, dentro da proposta de reforma tributária do governo.

O ministro Paulo Guedes disse, em entrevista ao Valor desta semana, que o tributo poderia arrecadar R$ 150 bilhões por ano.

Após o anúncio da saída de Cintra, o presidente Bolsonaro afirmou, via Twitter, que a “recriação da CPMF ou aumento da carga tributária estão fora da reforma tributária por determinação do Presidente”.

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