Economia

Equipe econômica deixa jantar com PT sem garantia de ajuste

Os representantes não tiveram a garantia de que as duas medidas provisórias com ajuste fiscal não sofreram mudanças sugeridas pelo próprio partido


	Dilma: o ajuste fiscal endurece as regras de acesso a benefícios previdenciários como seguro-desemprego e a pensão por morte
 (José Cruz/ABr)

Dilma: o ajuste fiscal endurece as regras de acesso a benefícios previdenciários como seguro-desemprego e a pensão por morte (José Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2015 às 07h53.

Brasília - Representantes da equipe econômica do governo deixaram jantar, na noite desta segunda-feira, com integrantes da bancada do PT sem a garantia de que as duas medidas provisórias com ajuste fiscal não sofreram mudanças sugeridas pelo próprio PT.

A reunião contou com a participação dos ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Carlos Gabas (Previdência) e Pepe Vargas (Relações Institucionais).

"Fui uma reunião de escuta, não de decisão", afirmou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).

As bancadas do PT na Câmara e no Senado são responsáveis pela apresentação de várias emendas (sugestão de mudanças) à MPs 664 e 665, que tratam de ajustes em benefícios previdenciários e trabalhistas.

"Evidentemente que qualquer medida provisória que vai tramitar no Congresso há que se dialogar. Os ministros expuseram que estão dialogando com as centrais e todas as mudanças que eventualmente ocorrerem vão se dar no plenário das comissões", ressaltou o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

Segundo ele, a bancada de deputados irá apoiar a votação das duas MPs. "A bancada vota 100% nas medidas provisórias. Foi esse o sentimento expresso na presença dos quatro ministros. Para a surpresas de todos, o ministro Levy tranquilizou a bancada. Os ajustes são necessários em função daquilo que nós pretendemos reservar e chegar lá na frente", ressaltou Guimarães.

As MPs 664 e 665 foram apresentadas pelo governo federal no fim do ano passado.

O ajuste fiscal endurece as regras de acesso a benefícios previdenciários como seguro-desemprego e a pensão por morte.

Uma série de emendas foi apresentada, inclusive por deputados do PT, partido da presidente Dilma Rousseff.

A expectativa da equipe econômica do governo é de economizar R$ 18 bilhões com a implantação das medidas de ajuste.

Nesta terça-feira, o congressistas devem iniciar as discussões das duas propostas após a instalação das comissões mistas. Após passar pelos colegiados, as matérias seguem para votação no plenário da Câmara e do Senado.

Em coletiva à imprensa realizada na tarde dessa segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff admitiu que seu governo pode ter cometido "algum erro de dosagem" na política econômica anticíclica adotada no primeiro mandato.

"É possível que a gente possa até ter até cometido algum", declarou a petista, após a sanção do Novo Código do Processo Civil, no Palácio do Planalto.

A fala da presidente foi a primeira após a onda de protestos contra a corrupção e contra o governo realizados no último domingo, 15.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalJoaquim LevyPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo