Economia

EPE prevê que demanda máxima de gás crescerá 47% até 2024

A oferta também deve ter um aumento de 49%


	Tanques de gás natural da Petrobras: o aumento da oferta será provocado pela produção do pré-sal além dos novos terminais de gás que estão previstos para 2020
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Tanques de gás natural da Petrobras: o aumento da oferta será provocado pela produção do pré-sal além dos novos terminais de gás que estão previstos para 2020 (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2015 às 17h48.

Rio de Janeiro - O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, apresentou na tarde desta terça-feira, 09, estudos preliminares sobre a demanda e oferta de gás natural no País para os próximos 10 anos.

Segundo ele, haverá alta no excedente de gás ofertado, uma vez que, até 2024, a demanda máxima crescerá 47% e a oferta máxima, considerando três novos projetos de terminais de regaseificação, subirá 49%.

"O aumento da oferta será provocado pela produção do pré-sal mais os novos terminais de gás que estão previstos para 2020, o que vai ampliar a oferta potencial de gás na malha", afirmou Tolmasquim. Segundo eles, os três novos terminais privados de Rio Grande (RS), Suape (PE) e Sergipe somarão uma oferta de 47,5 milhões de metros cúbicos por dia.

O terminal de Rio Grande também deverá contar com um gasoduto, segundo proposta apresentada pela iniciativa privada. O desafio, segundo Tolmasquim, é garantir uma empresa carregadora, responsável pela carga transportada no gasoduto. Garantida essa condição, o leilão da capacidade do gasoduto poderia ocorrer já no início de 2016.

"Para fazer o gasoduto, é preciso garantir o carregador para comprar o gás transportado. Aí o problema é o preço, a variável chave para viabilizar mercado para todo o gás excedente e que ainda não está muito claro", afirmou Tolmasquim.

Segundo ele, a oferta excedente de gás virá também da ampliação da produção do pré-sal, que dobrará a produção total de barris de óleo no País até 2024. Na apresentação, Tolmasquim indicou que a produção no Campo de Libra será iniciada em 2020. O prazo é mais dilatado que as projeções da Petrobras, que espera iniciar a produção no primeiro campo do pré-sal já em 2018 e alcançar a marca de 4 bilhões de barris em 2020.

"Os prazos foram adiados, mas o nosso planejamento é mais genérico que o da Petrobras. É uma hipótese nossa, apenas uma amostra da ordem de grandeza", contemporizou Tolmasquim. Ele ressaltou que os dados são preliminares e que os estudos ainda passarão pelo Ministério de Minas e Energia e por audiências públicas, a partir de agosto. Antes, a Petrobras deverá atualizar suas projeções no novo plano de negócios, aguardado ainda este mês.

A EPE também divulgou as projeções de alta de demanda de consumo de gás até 2024. A indústria deverá crescer em 2,4% o consumo e o setor residencial, 6,7%. Na média de todos os setores, o crescimento deverá ficar em 3,7% nos próximos 10 anos.
 

Concessões

Tolmasquim confirmou que o governo estuda novas concessões de distribuidoras de energia elétricas do País. Segundo ele, nem todas as empresas do sistema Eletrobras serão ofertadas à iniciativa privada.

"Vamos ter concessões de distribuidoras. Estão sendo estudadas ainda. Será analisado caso a caso, provavelmente não serão todas concedidas", afirmou Tolmasquim.

O executivo afirmou ainda que os preços atuais estabelecidos nos leilões seguem as condições de mercado e são revisados periodicamente.
 

Tapajós

Adiado em outubro de 2014, o leilão de energia da Usina Hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará, corre o risco de não acontecer em função dos impactos às comunidades indígenas locais, avalia Tolmasquim. Segundo ele, apesar da importância do projeto, a "palavra final" é dos órgãos ambientais.

"Esse risco (de não acontecer) tem. Para o suprimento energético do Brasil é importante que tenha esse empreendimento, mas a palavra final é da área ambiental", afirmou Tolmasquim.

Segundo ele, a "questão indígena" é o grande tema em discussão atualmente no projeto, que já foi alterado outras vezes para mitigar os impactos sociais do projeto localizado no Rio Tapajós, no Pará. Como em Belo Monte, a construção e operação da usina vão afetar populações indígenas tradicionais que vivem em reservas da região. "Tenho esperança (de que o leilão) que ocorra. Provavelmente, ficará para 2016", completou Tolmasquim.

Tapajós terá potência de 8 mil MW e deverá custar cerca de R$ 30 bilhões.

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