Economia

Passou a semana em Marte? Veja como foi a economia

Europa sai da recessão, dólar dispara e Brasil mostra sinais de desaceleração

Homem escolhe produto em supermercado (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

Homem escolhe produto em supermercado (Agência Brasil/Marcelo Camargo)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de agosto de 2013 às 19h48.

São Paulo - No início da semana, o boletim Focus do Banco Central apontou uma diminuição nas projeções que economistas de instituições financeiras fazem para a economia brasileira. Eles esperam inflação oficial de 5,74% (contra 5,75% no boletim anterior) e crescimento de 2,21% (ante 2,24% anteriormente).

Na quinta-feira, o IBC-Br mostrou avanço de 0,89% no segundo trimestre, contra expansão de 1,10% no anterior. Nesta sexta-feira, foi a vez do Citibank reduzir suas projeções para o país. Julho teve sua pior geração de empregos em 7 anos, de acordo com a Fiesp, e alguns analistas dizem que o PIB do 3º trimestre pode até vir negativo.

Outros setores da economia mostraram perspectivas mais otimistas: a venda de imóveis novos cresceu 46% em São Paulo e os turistas brasileiros declararam que pretendem gastar 52% a mais em sua próxima viagem.

No Exame Fórum realizado no Nordeste, números mostraram que a região segue como reduto do consumo forte no país e empresários apontaram razões para otimismo (e uma dose de sobriedade) com o futuro. Em São Paulo, uma entrevista com o professor Barry Eichengreen mostrou como o Brasil pode escapar da armadilha da renda média.

Medidas

Estimativas revelaram esta semana que a diminuição na tarifa da conta de luz pode custar cerca de 17 bilhões de reais para o Tesouro Nacional, mais que o dobro do estimado inicialmente. Outro obstáculo para o país foi ilustrado em um relatório de infraestrutura do grupo AP Moller Maersk, que mostrou que sai mais barato mandar um contêiner de Santos para a China do que transportar carga entre Campinas e Santos.

Enquanto isso, o dólar disparou e atingiu R$ 2,39, apesar dos esforços do Bancos Central. Em entrevista coletiva em São Paulo, o ministro da Fazenda Guido Mantega afirmou que a volatilidade acontece pois o mercado aguarda a redução no ritmo da compra de ativos do Federal Reserve americano, e que o câmbio atual não é "definitivo", mas já tem trazido efeitos positivos para a indústria.


Nesta semana, o governo também decidiu adiar o leilão do trem-bala por pelo menos mais um ano, prevendo que apenas um consórcio iria participar da concorrência. 

Ricos e emergentes

Na segunda-feira, um estudo divulgado pelo Wall Street Journal apontou que pela primeira vez desde 2007, os emergentes estão contribuindo menos para o crescimento global do que as economias avançadas. No dia seguinte, outro trabalho alegou que a China manipula seus dados de inflação, o que acaba computando 1 trilhão de dólares extras no PIB do país.

A Europa anunciou que cresceu 0,3% no segundo trimestre, marcando o fim de um ano e meio de recessão. Mas os resultados foram puxados basicamente por França, Alemanha e Reino Unido: a Grécia, por exemplo, viu seu PIB despencar mais 4,6% no período. Tudo indica que o continente terá que continuar lutando contra a dívida e o desemprego por mais um bom tempo.

Nos Estados Unidos, números mostraram que a produtividade aumentou, mas a confiança do consumidor ficou mais fraca. O Japão continua sua trajetória de recuperação e viu sua economia crescer 2,6% no segundo trimestre.

Já no Egito, o massacre de civis deve derrubar ainda mais uma das principais indústrias do país: o turismo.

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