Economia

Energia eólica domina leilão de energia A-3

Energia eólica vendeu 867,6 megawatts (MW) de capacidade instalada de 39 projetos


	Energia eólica: 15 projetos, ou 212,5 MW, foram de parques da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras
 (Wikimedia Commons)

Energia eólica: 15 projetos, ou 212,5 MW, foram de parques da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2013 às 16h32.

São Paulo - A fonte eólica dominou o leilão de energia A-3 realizado nesta segunda-feira, sendo a única fonte a vender de energia na competição em que o grupo Eletrobras foi o principal vencedor.

No leilão A-3, que contratou energia a ser entregue a partir de 2016, a energia eólica vendeu energia de 867,6 megawatts (MW) de capacidade instalada de 39 projetos.

Desse total, 15 projetos, ou 212,5 MW, foram de parques da Eletrosul, subsidiária da Eletrobras. A empresa irá investir cerca de 1 bilhão de reais nos parques que serão construídos no Rio Grande do Sul.

A Chesf, também do grupo Eletrobras, vendeu energia de 12 parques no total de 338 MW, por meio de três consórcios com parceiros privados nos quais tinha participação societária de 49 por cento.

Quatro projetos estão em Pernambuco, em parceria com a PEC Energia Ltda. Outros seis, no Piauí, são projetos de expansão em parceria com a ContourGlobal, Salus FIP e SPE Ventos de Santa Joana S.A. Os outros dois parques eólicos, na Bahia, são também projetos de expansão em parceria com a Sequóia Capital.

A CEEE-GT, controlada pelo governo do Rio Grande do Sul, também vendeu energia de 3 parques no total de 55 MW, que demandarão investimentos de cerca de 265 milhões de reais.

A Casa dos Ventos, do Grupo Salus, além da parceria com Chesf e ContourGlobal, também venceu o leilão com um parque de 30 MW, na Bahia, como minoritária em parceria com a empresa Atlantic.

Além disso, a empresa vendeu energia de outros cerca de 60 MW de projetos detidos apenas por ela, disse à Reuters o diretor de Novos Negócios da companhia, Lucas Araripe.

No total, as usinas eólicas que venderam energia no leilão devem demandar investimentos de 3,4 bilhões de reais, segundo estimativas do governo.


O preço-médio de venda da energia foi de 124,43 reais por megawatt-hora (MWh), um deságio de 1,25 por cento frente ao preço máximo estabelecido no certame, de 126 reais por MWh.

O preço mais baixo de energia vendido no leilão foi de 118 reais por MWh, de um parque na Bahia, da Casa dos Ventos com a Atlantic. Já o mais alto, foi de 126 reais por MWh, referente a três projetos no Rio Grande do Sul.

Apesar do pequeno deságio, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim , disse que o preço teto definido estava correto, já que toda a demanda declarada para o leilão foi atendida.

As usinas eólicas vencedoras no leilão estão localizadas no Ceará, Pernambuco, Piauí, Bahia e Rio Grande do Sul. Os parques contratados têm 380,2 MW médios de garantia física.

O leilão movimentou 7,25 bilhões de reais em contratos de energia, comprada por 28 distribuidoras. A Copel foi a empresa que contratou mais energia, ou 10,51 por cento do total de 58.293.900 MWh contratados no leilão. A goiana Celg realizou a segunda maior contratação, de 9,63 por cento do total.

Supremacia Eólica

O leilão de energia A-3 desta segunda-feira eleva para cerca de 2,4 gigawatts (GW) a capacidade instalada de projetos eólicos contratados em leilões públicos em 2013, já que a fonte já tinha viabilizado a construção de outros 1.505 megawatts (MW) de energia em leilão de reserva realizado em agosto.


"Como a gente já tem mais um leilão A-5 neste ano, tem tudo para que a gente quebre o recorde de contratação de eólica", disse Tolmasquim, em coletiva de imprensa após o leilão. Segundo ele, a maior contratação de novos projetos de energia eólica em um único ano ocorreu em 2011, quando foram viabilizados cerca de 2,9 GW.

Diante da forte contratação de energia eólica no ano de 2013, a indústria de equipamentos deve funcionar com capacidade total, segundo Tolmasquim, que acrescentou que algumas indústrias avaliam ainda a possibilidade de um terceiro turno para dar conta da demanda.

O leilão era a estreia da fonte solar, que pela primeira vez foi autorizada a participar de um leilão de energia promovido pelo governo, mas agentes do próprio setor já acreditavam que a fonte não conseguiria ser competitiva para vender no certame.

"Nessa estreia de solar nos leilões, quem levou foi o vento... Mas todas as perspectivas são que o preço da solar continuará a cair. Não tenho dúvida que é uma questão de tempo para a solar entrar na nossa matriz", disse Tolmasquim, que não quis fazer previsões sobre a partir de quando a energia solar possa vender energia em leilões públicos, em competição com outras fontes.

O leilão realizado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) durou menos de 30 minutos na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta segunda-feira, sendo que usinas solares, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e térmicas a biomassa também estavam habilitadas para participação.

"Grande parte dos players do mercado já esperava um leilão rápido. Os fabricantes estavam um pouco tomados com encomendas e a oferta de máquinas era pequena", disse o diretor da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, ao acrescentar que era esperada menor oferta de projetos nesse leilão.

A Abeeólica, associação que representa o setor no Brasil, comemorou o resultado do leilão. "O setor eólico está muito otimista. Com o último resultado, o setor eólico ultrapassou a meta anual de 2 GW, importantíssima para garantir a sustentabilidade da indústria e da própria fonte no país", disse a presidente executiva da associação, Elbia Melo, em nota.

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