Cemig: a União espera arrecadar 11 bilhões de reais no processo (Divulgação/Divulgação)
Reuters
Publicado em 24 de agosto de 2017 às 17h33.
São Paulo - A unidade brasileira da elétrica italiana Enel Green Power, do grupo Enel , tem estudado as quatro hidrelétricas da mineira Cemig cuja concessão o governo federal pretende licitar no próximo mês, dado o vencimento do contrato de exploração dos empreendimentos pela empresa, segundo documento visto pela Reuters.
O leilão das usinas de Miranda, São Simão, Jaguara e Volta Grande, que somam 2,9 gigawatts em capacidade instalada, terá como vencedor quem oferecer o maior bônus de outorga pelas concessões. A União espera arrecadar 11 bilhões de reais no processo.
A Enel Green Power foi uma das vencedoras no primeiro leilão de usinas já em operação realizado pelo governo brasileiro, no final de 2015. Na época, a empresa pagou um bônus de outorga de 160,7 milhões de reais para ficar com a concessão de duas hidrelétricas que antes pertenciam à paranaense Copel.
Agora, a Enel Green Power Brasil tem avaliado as usinas da Cemig. A empresa acessou o data-room criado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) com informações sobre os empreendimentos e ainda pediu mais informações ao regulador.
Em documento visto pela Reuters, a elétrica pede dados extras sobre questões ambientais e fundiárias das quatro hidrelétricas da Cemig e afirma que essas informações são necessárias "para subsidiar as análises técnicas e econômicas dos empreendimentos ofertados".
Procurada pela Reuters, a Enel respondeu por meio de um porta-voz que "está sempre em busca de possíveis oportunidades que possam aparecer no Brasil, incluindo no setor renovável, mas não há atualmente detalhes a serem abertos sobre ativos específicos".
A Engie Brasil Energia, do grupo francês Engie, também disse recentemente que avalia disputar a licitação das usinas da Cemig.
O leilão, no entanto, está suspenso no momento, devido a uma liminar judicial.
A Cemig tem tentado convencer a União a não licitar as usinas, mas representantes do governo têm dito que a empresa precisará pagar os 11 bilhões em bônus para permanecer com os ativos.
As hidrelétricas de São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande representam quase 50 por cento do parque gerador da companhia mineira, que tem buscado meios de garantir ao governo que conseguirá pagar o valor exigido, a fim de evitar a venda das concessões a terceiros.