Economia

Endividamento das famílias bate recorde, mostra BC

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,41% da renda em junho, ante 30,45% em maio


	Prédio do Banco Central: o BC divulgou dados sobre comprometimento de renda dos brasileiros, que considera valores mensais para renda e as prestações pagas aos bancos
 (Wikimedia Commons)

Prédio do Banco Central: o BC divulgou dados sobre comprometimento de renda dos brasileiros, que considera valores mensais para renda e as prestações pagas aos bancos (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 17h10.

São Paulo - O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro cresceu em junho pelo sexto mês consecutivo e bateu novo recorde. O valor total das dívidas correspondia, naquele mês, a 44,82% da renda do trabalhador nos últimos 12 meses, de acordo com o Banco Central (BC), ante 44,52% em maio (recorde anterior). No fim de 2013, estava em 43,41%. Em junho de 2012, em 43,18%.

Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 30,41% da renda em junho, ante 30,45% em maio. Nesse caso, o recorde continua sendo os 31,49% registrados em agosto de 2012.

O BC também divulgou dados sobre o comprometimento de renda dos brasileiros, que considera valores mensais para renda e as prestações pagas aos bancos. As prestações correspondiam a 21,52% da renda mensal dos trabalhadores em junho, ante 21,5% em maio (dado revisado).

Houve, no entanto, queda em relação a junho de 2012, quando o comprometimento estava em 22,96% da renda (recorde para esse indicador).

No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC publicou um boxe de análise sobre esses indicadores. Segundo o banco, a elevação recente do endividamento e do comprometimento de renda aconteceu em contexto de melhora na qualidade da dívida bancária das famílias.

"O comprometimento de renda com juros e amortização aumentou de forma mais acentuada em 2011, em linha com o expressivo aumento do crédito imobiliário nesse período, ressaltando-se que as prestações mensais substituem, em parte, despesas com aluguéis", cita o BC, no relatório.

A autoridade monetária destacou ainda o recuo nas taxas de juros, a migração para modalidades de menor risco e prazos maiores, como crédito consignado e financiamento imobiliário, além do aumento da participação do crédito de melhor qualidade, avaliado como de risco normal, entre o fim de 2003 e abril de 2013.

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