Economia

Encontro na Casa Branca sobre abismo tem baixa expectativa

Presidente Barack Obama e líderes do Congresso vão se reunir nesta sexta-feira pela primeira vez desde novembro para evitar o chamado Abismo Fiscal


	Presidente dos Estados Unidos deverá se encontrar com líderes congressistas na tentativa de firmar um acordo para evitar o chamado "abismo fiscal" antes do Ano Novo
 (REUTERS/Kevin Lamarque)

Presidente dos Estados Unidos deverá se encontrar com líderes congressistas na tentativa de firmar um acordo para evitar o chamado "abismo fiscal" antes do Ano Novo (REUTERS/Kevin Lamarque)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2012 às 12h02.

Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, e líderes do Congresso vão se reunir nesta sexta-feira pela primeira vez desde novembro, mas sem nenhum sinal de progresso na resolução de suas diferenças sobre o orçamento federal e com baixas expectativas de um acordo para evitar o "abismo fiscal" antes de 1o de janeiro.

Os membros do Congresso estão cada vez mais olhando para o período imediatamente após o prazo de 31 de dezembro para chegar a uma solução retroativa para evitar os fortes aumentos de impostos e cortes de gastos profundos que os economistas têm dito que poderiam levar o país a uma nova recessão.

Com os impostos sobre todos os norte-americanos subindo quando as alíquotas baixas estabelecidas pelo presidente George W. Bush expirarem em 31 de dezembro, os parlamentares conseguiriam voltar em janeiro e dar um voto politicamente mais palatável sobre o corte de algumas das taxas.

O pessimismo com o cumprimento do prazo era compartilhado por muitos analistas de mercado. Observando que a Câmara dos Deputados dos EUA não foi sequer convocada até domingo, a economista da Daiwa Securities Emily Nicols disse que "os mercados ainda esperam um acordo, mesmo que só em janeiro".

O novo fator na mistura era o envolvimento do líder da minoria no Senado, o republicano Mitch McConnell, que disse na quinta-feira que manteve conversas com Obama e espera uma nova proposta do presidente.


A Casa Branca passou a maior parte da quinta-feira abafando as expectativas para qualquer nova oferta de Obama, além do plano de recuo limitado que ele delineou em termos vagos em 21 de dezembro, que protegeria o que ele descreveu como "norte-americanos de classe média" dos aumentos de impostos, estenderia o seguro-desemprego e estabeleceria o "trabalho de base para mais trabalho" na redução do déficit e reforma tributária.

O grande ponto de discordância é a oposição republicana ao aumento de impostos para qualquer pessoa, especialmente na ausência de cortes pesados nos gastos para os chamados programas de benefícios como o Medicare e o Medicaid, programas de saúde administrados pelo governo para os idosos e os pobres.

Os democratas no Congresso querem manter as taxas de imposto mais baixas para a maioria dos norte-americanos, mas aumenta-las sobre os que ganham acima de 250.000 dólares por ano.

"Os ricos têm de colaborar", disse à CNN a senadora democrata Debbie Stabenow, de Michigan, nesta sexta-feira pela manhã. "A parte mais difícil é na Câmara, onde eles tomaram esta posição muito extrema" de "proteger os ricos a qualquer custo".

"Está me parecendo muito como uma reunião visual do que uma reunião substancial", disse o senador republicano Bob Corker, do Tennessee, observando que não era um sinal de urgência marcar uma reunião para o meio da tarde com um prazo de poucos dias.

"Toda vez que você anunciar publicamente uma reunião em Washington, é geralmente para fins de teatro político", afirmou o senador Lindsey Graham, da Carolina do Sul, na noite de quinta-feira, à Fox News.

"Quando o presidente convoca os líderes do Congresso para a Casa Branca, é tudo teatro político ou eles têm um acordo. Minha aposta é que é tudo teatro político", disse Graham, acrescentando que ele não acreditava que um acordo poderia ser alcançado antes do prazo.

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