Economia

Encaminhamento da Previdência tem sido favorável, diz Ilan

Muitos economistas apontam que uma evolução da reforma deverá dar mais conforto ao BC para intensificar o ritmo de redução da Selic

Ilan Goldfajn: o andamento da reforma da Previdência, vista como crucial para o reequilíbrio das contas públicas, vinha sendo assinalado pelo BC como um dos fatores de risco (Ueslei Marcelino/Reuters)

Ilan Goldfajn: o andamento da reforma da Previdência, vista como crucial para o reequilíbrio das contas públicas, vinha sendo assinalado pelo BC como um dos fatores de risco (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de maio de 2017 às 18h31.

Rio de Janeiro - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, avaliou nesta sexta-feira que a tramitação da reforma da Previdência tem sido favorável após a proposta ter recebido nesta semana sinal verde de comissão especial da Câmara dos Deputados, tendo como próximo desafio a aprovação no plenário da Casa.

"O andamento da reforma fiscal em curso (principalmente a aprovação da PEC dos gastos e o encaminhamento da reforma da Previdência) tem sido favorável e será decisivo para o bom desempenho futuro da economia brasileira, inclusive para a sustentabilidade da desinflação recente", avaliou Ilan em discurso no Seminário de Metas para a Inflação, no Rio de Janeiro.

O andamento da reforma da Previdência, vista como crucial para o reequilíbrio das contas públicas, vinha sendo assinalado pelo BC como um dos fatores de risco.

Muitos economistas apontam que uma evolução positiva nesse fronte deverá dar mais conforto à autoridade monetária para intensificar o ritmo de redução da taxa básica de juros.

O BC cortou Selic em 1 ponto percentual na sua última reunião em abril, para o atual patamar de 11,25 por cento ao ano. Antes disso, havia feito duas reduções de 0,25 ponto cada e outros dois cortes de 0,75 ponto.

Nesta tarde, Ilan reiterou que o BC considerou o atual ritmo "adequado", mas que esse cenário depende da evolução da atividade econômica e das expectativas de inflação -- mensagem que vem repetindo em suas últimas comunicações.

Para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que será realizada no fim deste mês, estão praticamente divididas as apostas do mercado em relação a um corte de 1 ponto ou de 1,25 ponto.

A crença numa intensificação do ritmo de corte tem ganhado força após indicadores econômicos recentes sinalizarem a dificuldade para a retomada da economia após dois anos de profunda recessão.

Nesta manhã, foi divulgado que o setor de serviços sofreu uma contração maior que a esperada em março, no pior resultado em cinco anos. No mesmo mês, o varejo no Brasil caiu 1,9 por cento, pior resultado em 14 anos.

O desempenho favorável da inflação também vem embalando apostas de um corte maior na Selic. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 4,08 por cento nos 12 meses até abril, ficando abaixo do centro da meta oficial do governo de uma inflação em 4,5 por cento.

Em sua fala, Ilan apontou que o trabalho do BC tem sido efetivo em conter a inflação e ancorar as expectativas.

"A política monetária, junto com os demais esforços do governo, devem contribuir para a retomada da economia", afirmou.

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