Economia

Empresas dos EUA esperam impulso após cúpula com Brasil

Companhias sustentam boas expectativas com novo encontro entre Dilma Rousseff e Barack Obama

As empresas dos EUA esperam que a visita de Dilma leve ambos os países a atenuarem restrições na concessão de vistos para empresários e turistas (Agência Brasil)

As empresas dos EUA esperam que a visita de Dilma leve ambos os países a atenuarem restrições na concessão de vistos para empresários e turistas (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2012 às 21h14.

Washington - As empresas dos EUA esperam que a reunião de segunda-feira na Casa Branca entre os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff impulsione uma relação econômica que estaria aquém do seu potencial, e aplaine o terreno para futuras negociações comerciais entre as duas maiores economias das Américas.

"Há muito nós, da Câmara (de Comércio) dos EUA, sentimos que precisamos ter uma agenda muito mais ousada e ambiciosa com o Brasil", disse Jodi Bond, vice-presidente da entidade para as Américas, a jornalistas na quinta-feira.

"O resto do mundo tem estado muito focado no Brasil, tanto o Oriente quanto o Ocidente", disse Bond. "Precisamos fazer mais." O Brasil é a sexta maior economia do mundo, mas apenas o oitavo maior parceiro comercial dos EUA. O comércio bilateral no ano passado foi de 74 bilhões de dólares - apenas uma fração dos 503 bilhões no comércio entre EUA e China.

As empresas dos EUA esperam que a visita de Dilma leve ambos os países a atenuarem restrições na concessão de vistos para empresários e turistas, e a aumentarem sua cooperação em áreas como aviação civil, segundo Bond.

Ela admitiu que dificilmente o encontro resultará em um anúncio mais relevante sobre o início de negociações a respeito de um acordo de livre comércio, antigo objetivo da Câmara Americana de Comércio.

Mas as companhias norte-americanas esperam que os dois lados possam dar os primeiros passos rumo a um futuro pacto de livre comércio, começando por acordos mais modestos a respeito de impostos e investimentos, segundo Bond.

Enquanto isso, os EUA poderão apresentar avanços para resolver algumas questões comerciais que preocupam o Brasil.

No intervalo de um ano desde a visita de Obama a Dilma no Brasil, o Congresso dos EUA deixou expirar uma antiga tarifa sobre importações de etanol, e renovou um programa de preferências comerciais que beneficia produtos do Brasil e de outros países em desenvolvimento.

No mês passado, a Comissão de Comércio Exterior dos EUA também aprovou a suspensão de antigas tarifas antidumping sobre o suco de laranja congelado e concentrado do Brasil, aceitando o argumento de que a importação desse produto não representa mais uma ameaça aos citricultores norte-americanos.


Dilma irá discursar na segunda-feira à Câmara Americana de Comércio depois da reunião com Obama.

"Adoraríamos que ela dissesse que o governo brasileiro está aberto a lidar com as questões dos EUA no Brasil", disse Deigo Zancan Bonomo, diretor de políticas do Conselho Empresarial Brasil-EUA, que funciona na Câmara Americana de Comércio.

Isso incluiria uma maior flexibilidade nos requisitos de participação local em empresas participantes dos setores brasileiros de gás e petróleo, a redução de barreiras no mercado brasileiro de resseguros, e um trabalho pela modernização dos procedimentos alfandegários do Brasil, segundo ele.

"Também adoraríamos ver mais acordos, particularmente no caso da aviação militar", disse Bonomo, referindo-se à possível venda de caças F-18 da Boeing ao Brasil, e também uma venda menor de aviões Super Tucano da Embraer para os EUA.

Dilma e Obama voltarão a se encontrar na semana que vem em Cartagena, na Colômbia, por ocasião da sexta Cúpula das Américas.

A Câmara Americana de Comércio deseja que os 34 líderes regionais participantes adotem iniciativas para "duplicar o comércio", facilitar a movimentação de pessoas pelas fronteiras e aumentar a produção energética do continente, segundo Bond.

A entidade empresarial também espera notícias sobre a implementação de acordos de livre comércio dos EUA com a Colômbia e o Panamá, que já foram aprovados no ano passado pelo Congresso, mas ainda não entraram em vigor, segundo ela.

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