Economia

Empresas chinesas retomam atividade em Wuhan, epicentro do coronavírus

Após um longo período de quarentena, autoridades decidiram tornar as medidas mais flexíveis e empresas de diversos setores começam a retomar suas atividades

China: Wuhan é uma cidade industrial onde grupos internacionais estão instalados, principalmente automobilístico (Visual China Group/Getty Images)

China: Wuhan é uma cidade industrial onde grupos internacionais estão instalados, principalmente automobilístico (Visual China Group/Getty Images)

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AFP

Publicado em 11 de março de 2020 às 09h51.

Última atualização em 11 de março de 2020 às 09h56.

As empresas de Wuhan, cidade chinesa onde o novo coronavírus surgiu, foram autorizadas nesta quarta-feira (11) a retomar suas atividades, um novo sinal da progressiva normalização no epicentro da epidemia.

Na terça-feira (10), o presidente Xi Jinping visitou esta cidade de 11 milhões de habitantes. Desde 23 de janeiro, é proibido entrar e sair desta localidade para impedir a propagação da doença.

Na província de Hubei, da qual Wuhan é a capital, muitas cidades também foram confinadas. A medida paralisou a atividade econômica local e as muitas fábricas dessa região industrial.

Agora, as autoridades decidiram tornar as medidas de quarentena mais flexíveis, uma vez que o número diário de novos casos caiu drasticamente. O cenário atual levou Xi Jinping a dizer que a epidemia está "praticamente contida".

Ontem, alguns habitantes da província foram autorizados a se deslocar, se cumprissem determinadas condições.

Também nesta quarta, o governo de Hubei anunciou que as empresas de Wuhan que produzem bens e serviços de primeira necessidade para a população e para os hospitais poderão voltar ao trabalho.

Esta categoria de empresas inclui companhias do setor médico (equipamentos, remédios e material de produção, por exemplo) e serviços públicos (como gás, eletricidade, aquecimento e tratamento de resíduos).

Empresas do setor de alimentos (supermercados, produção de cereais, carne, frutas, vegetais, entre outros), ou de produção agrícola (sementes, fertilizantes, pesticidas, ração animal), também poderão retornar ao trabalho.

As empresas de outros setores não serão autorizadas a retomar suas atividades até 21 de março, informou o governo da província.

A única exceção é para as empresas que têm "grande importância na cadeia produtiva nacional e global", as quais podem retornar ao trabalho, assim que obtiverem uma autorização.

Wuhan é uma cidade industrial onde grupos internacionais estão instalados, principalmente no setor automobilístico.

O grupo PSA francês possui três fábricas, e a Renault, um centro de produção e um centro de pesquisa e desenvolvimento com seu parceiro local, a Dongfeng.

Em um comunicado, a japonesa Honda disse que "alguns funcionários" voltaram para suas fábricas e que "a produção de um pequeno número de veículos" foi retomada nesta quarta-feira.

As mesmas regras se aplicam agora a áreas consideradas de "alto risco" na província de Hubei, onde empresas relacionadas à prevenção da epidemia, bens essenciais e serviços públicos podem voltar ao trabalho.

Nas outras áreas da província consideradas de "risco moderado, ou fraco", há mais empresas autorizadas a retomar suas atividades.

Já o transporte de passageiros por avião, trem, carro, barco e ônibus será "retomado progressivamente" em áreas pouco afetadas, afirmou o governo de Hubei.

Ontem, as autoridades da província já haviam anunciado a suspensão parcial de restrições para o deslocamento dos habitantes, que até agora não podiam deixar suas localidades.

À exceção de Wuhan, a maioria dos moradores agora pode se deslocar dentro de Hubei, desde que estejam saudáveis e não entrem em contato com um paciente confirmado, ou suspeito de contágio.

Esta província concentra a maioria dos casos (84%) e óbitos (96%) causados pelo novo coronavírus na China. O coronavírus contaminou mais de 81.000 pessoas em todo país, deixando mais de 3.100 mortos.

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