Economia

Empresários reclamam de acesso difícil ao BNDES

Empresas reclamam das garantias exigidas e do excesso de burocracia para conseguir um empréstimo do banco estatal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

São Paulo - Enquanto o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsa bilhões de reais para megaempreendimentos de infraestrutura e multinacionais, a indústria ainda sofre para ter acesso ao crédito com taxas mais baixas. As empresas reclamam das garantias exigidas e do excesso de burocracia para conseguir um empréstimo do banco estatal.

Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com 318 empresas mostra que 45% dos empresários deixam de investir por não terem recursos próprios suficientes para tirar um projeto do papel ou - para 37% - por não conseguirem acesso ao crédito do BNDES, repassado por outros bancos.

"O caixa se tornou a principal fonte de financiamento de muitas empresas brasileiras", observa o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz. Ele destaca que 74,6% dos investimentos previstos pela indústria neste ano deverão ser feitos com recursos próprios. Isso ocorre porque a taxa de juros dos bancos privados (e públicos) no mercado é muito alta.

Sem alternativa, as empresas buscam o BNDES, que tem o menor custo de financiamento do mercado. Mas nem todas têm sucesso, especialmente as de pequeno e médio portes. Na avaliação de Roriz, a instituição teve um papel fundamental durante a crise mundial, mas agora tem de mudar o foco. "É preciso atender empresas de menor porte que, ao contrário dos grandes conglomerados, não têm acesso ao mercado de capitais, mas têm grande importância para a economia nacional."

O BNDES contra-ataca com dados do primeiro semestre, que mostram avanço de 145% nas operações para pequenas e médias empresas, de R$ 6,8 bilhões para R$ 16,7 bilhões. Os números, no entanto, incluem todos os setores da economia e não apenas a indústria. Por outro lado, a instituição destaca que a maioria das operações voltadas para as médias empresas é feita por meio de outros bancos, que têm exigências específicas para conceder o crédito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

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