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Empresários e diplomatas se voltam para Teerã

Em virtude de um acordo firmado em novembro em Genebra, uma parte das sanções econômicas contra o Irã foi suspensa

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 16h41.

Teerã - Seis meses depois da posse do presidente moderado Hassan Rohani, delegações políticas e econômicas começam a se voltar em grande número a Teerã para retomar laços com o Irã, diante da expectativa de uma suspensão das sanções internacionais em breve.

Prova disso é a imponente delegação econômica francesa que chegou nesta segunda-feira a Teerã, integrada por 107 pessoas, "a maior delegação econômica e comercial francesa e europeia" a chegar ao país, segundo a agência Irna.

Os franceses - cuja viagem ao Irã foi organizada pela patronal francesa Medef - foram precedidos nas últimas semanas por delegações procedentes da Itália, Alemanha, Áustria, Portugal ou Coreia do Sul. Isso prova a importância do grande e promissor mercado iraniano, de 76 milhões de habitantes.

Em virtude de um acordo firmado em novembro em Genebra, uma parte das sanções econômicas contra o Irã foi suspensa, em troca de uma suspensão parcial das atividades nucleares iranianas.

O acordo, de seis meses de duração, entrou em vigor no dia 20 de janeiro e deve permitir resolver definitivamente a questão nuclear da República Islâmica.

"Entre os países da região, o Irã se beneficia paradoxalmente de uma notável estabilidade política" se o comparar com a Síria, Iraque ou Egito, afirma à AFP um analista iraniano que requer anonimato.

Apenas os países do Golfo são politicamente estáveis, mas as empresas estrangeiras já estão muito presentes neles.


Um desfile diplomático em Teerã

Em dezembro, a ministra italiana das Relações Exteriores, Emma Bonino, foi a primeira responsável europeia deste nível a retornar ao Irã, após vários anos de afastamento devido à política e, sobretudo, às intempestivas declarações do ex-presidente Mahmud Ahmadinejad sobre Israel ou o Holocausto.

A visita, no final de janeiro, do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, foi uma das mais importantes para o Irã, e inequívoco sinal de uma aproximação apesar das divergências sobre o conflito sírio. Os dois países expressaram sua vontade de elevar suas trocas comerciais até 30 bilhões de dólares em 2015.

O chefe da diplomacia sueca Carl Bildt deve chegar nesta segunda-feira a Teerã e seu homólogo polonês Radoslaw Sikorski fará sua viagem no final de fevereiro.

Além disso, ex-políticos, entre eles o que ex-chefe da diplomacia britânica Jack Straw, o anterior secretário geral das Nações Unidas, Kofi Annan, já viajaram a Teerã.

"A sucessão de visitas demonstra que o tabu das sanções desapareceu. Os Estados Unidos pressionavam as empresas, inclusive à margem do regime das sanções, para dissuadi-las de vir", afirma à AFP o analista político Amir Mohebian.

"Agora será muito difícil impedir o retorno (ao Irã) das empresas estrangeiras. Isso já é um sucesso para a diplomacia do presidente Rohani", acrescenta.

Muitos responsáveis consideram que uma normalização das relações entre Irã e Estados Unidos é uma perspectiva perfeitamente plausível.

"Rohani quer reduzir totalmente as tensões com o Ocidente e normalizar as relações" em especial com Washington, afirma Hosein Musavian, antigo colaborador do presidente na equipe de negociadores nucleares entre 2003 e 2005, e que retornou ao Irã após vários anos de exílio nos Estados Unidos.

"Mas os empresários não devem acreditar que o Irã é um país conquistado" alerta Amir Mohebian e acrescentou "a França, que desempenhou um papel negativo nas negociações de Genebra por pressão dos lobbies árabes ou sionistas deve compreender que, com o retorno dos Estados Unidos, sua participação no mercado será reduzida automaticamente. E não deve reduzi-la mais devido a sua política", disse o analista.

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