Economia

Empoderar mulher trará "mudança radical" na economia, diz FMI

A chefe do FMI enfatizou que a igualdade entre homens e mulheres é uma "causa moral" que implica uma mudança em todos os níveis

Lagarde: "O empoderamento econômico da mulher, além de ser um imperativo moral é também uma mudança radical" (Ruben Sprich / Reuters)

Lagarde: "O empoderamento econômico da mulher, além de ser um imperativo moral é também uma mudança radical" (Ruben Sprich / Reuters)

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EFE

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 21h21.

Lima - O empoderamento econômico da mulher é um imperativo moral e não deve ser reduzido a "uma política auxiliar", porque representa uma "mudança radical" na economia dos países, afirmou nesta sexta-feira em Lima, no Peru, a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

"O empoderamento econômico da mulher, além de ser um imperativo moral é também uma mudança radical", afirmou Lagarde, durante uma conferência durante os eventos da cúpula de líderes do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec, sigla em inglês).

Lagarde acrescentou que os países que agora lutam por um crescimento econômico mais rápido e querem reduzir a desigualdade, devem "aproveitar o enorme potencial das mulheres, que podem representar um ponto de inflexão" e isto, segundo ela, "não precisa ser pensado duas vezes".

A chefe do FMI enfatizou que a igualdade entre homens e mulheres é uma "causa moral" que implica uma mudança em todos os níveis, e que leva a transformações em governos e no setor privado.

Uma das razões para empoderar economicamente as mulheres é que, segundo os estudos do FMI, essa política tem um sentido econômico "irrefutável" que pode derivar em benefícios macroeconômicos significativos para as nações que querem crescer.

"Por exemplo, se os países da América Latina aumentassem a participação do trabalho feminino ao nível médio dos países nórdicos (em torno de 60%), o PIB per capita poderia ser até 10% mais alto", argumentou a diretora da organização financeira.

A inclusão de gênero não só dá suporte ao crescimento, mas também é capaz de reduzir a desigualdade social, acrescentou Lagarde.

A passagem de um contexto de absoluta desigualdade de gênero para um de igualdade perfeita, "equivale a reduzir a desigualdade de renda de níveis venezuelanos para suecos", acrescentou a chefe do FMI.

Além disso, Lagarde acredita que o empoderamento das mulheres "pode contribuir para diminuir os efeitos demográficos" e o maior acesso delas ao mercado de trabalho "ampliaria a reserva de talento, impulsionando a produtividade e o crescimento".

Para a diretora-gerente do FMI, a maior participação econômica da mulher também leva à diversificação da economia e das exportações em nações que, por exemplo, enfrentam problemas com a queda de preços das matérias-primas.

Lagarde defendeu que governos, setor privado e instituições internacionais têm que firmar um compromisso com a igualdade de gênero.

Nesse sentido, propôs políticas fiscais que favoreçam a renda das mulheres nas famílias, que os Estados garantam que as mulheres não deixem sua vida trabalhista quando têm filhos, encorajam sua promoção nas empresas e garantam sua participação nas tomadas de decisões.

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