Presidente da República em Exercício Geraldo Alckmin durante Reunião de Trabalho sobre atração de investimentos e promoção do Comércio Exterior com Secretários de Estado no Palácio do Planalto em Brasília (Cadu Gomes/VPR/Flickr/Divulgação)
Repórter
Publicado em 24 de novembro de 2025 às 17h57.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, declarou nesta segunda-feira, 24, que a prioridade do governo está direcionada para a ampliação da lista de produtos isentos das tarifas impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
A intenção, segundo ele, é incluir principalmente itens manufaturados na relação de exceções ao chamado "tarifaço". "Agora todo empenho é para tirar mais produtos, especialmente manufatura", declarou Alckmin, em coletiva de imprensa.
Com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem em Moçambique, o vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, assumiu interinamente a presidência até esta terça-feira, 25. Durante o período, Alckmin intensificou tratativas relacionadas à política de comércio exterior.
Nesta segunda-feira, 24 de novembro, Alckmin reuniu-se com secretários estaduais de desenvolvimento de sete unidades da federação – Pará, Pernambuco, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Amapá e Espírito Santo. O objetivo do encontro era discutir a agenda exportadora dos estados inseridos na Política Nacional da Cultura Exportadora, programa federal para à ampliação da base exportadora regional.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada de tarifas adicionais sobre produtos brasileiros exportados ao mercado norte-americano. A medida inclui a suspensão de uma sobretaxa de 40% que havia sido imposta com justificativas comerciais e políticas.
A decisão, segundo Trump, decorre de negociações comerciais iniciadas após o encontro com Lula, realizado na Malásia em outubro. A sobretaxa vinha afetando itens de consumo básico como café e carne, elevando seus preços ao consumidor nos EUA.
Em reação à medida, Alckmin afirmou na última sexta que a suspensão representa o maior avanço recente nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Entre os produtos que voltam a contar com acesso preferencial ao mercado norte-americano estão carne, café, frutas, cacau, açaí e fertilizantes.
"A última ordem executiva do presidente Trump representa a maior redução de tarifas. Foi o maior avanço nas negociações Brasil-Estados Unidos. Quando começou, nós tínhamos 36% da exportação brasileira no tarifaço. Gradualmente, alguns produtos foram saindo, pois já tivemos duas decisões anteriores. Agora, nessa decisão de ontem, nós tivemos o maior avanço: 238 produtos saíram do tarifaço", afirmou Alckmin.
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 20, que a retirada das tarifas de 40% impostas pelo presidente Donald Trump para alguns produtos brasileiros.
Segundo comunicado publicado no site oficial da Casa Branca, as negociações entre Trump e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda estão caminhando.
"Após analisar as informações e recomendações que me foram fornecidas por esses funcionários e o andamento das negociações com o Governo do Brasil, entre outros fatores, determinei ser necessário e apropriado modificar o escopo dos produtos sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem", afirmou Trump na ordem executiva.
As alterações, segundo os EUA, entrarão em vigor em relação às mercadorias importadas para consumo, ou retiradas do armazém para consumo a partir do dia 13 de novembro.