Exploração de petróleo (./Thinkstock)
Vanessa Barbosa
Publicado em 27 de junho de 2018 às 16h08.
Última atualização em 28 de junho de 2018 às 10h37.
São Paulo - A indústria de óleo e gás americana emitiu cerca de 13 milhões de toneladas do potente gás de efeito estufa metano em suas operações no ano passado.
O valor é 60% superior ao anteriormente estimado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), de acordo com um estudo publicado nesta semana na revista científica Science.
A maior parte das emissões é decorrente de vazamentos, equipamentos sem manutenção e outras condições inadequadas de funcionamento.
Segundo o estudo, em 2015, o impacto climático desses vazamentos na indústria de óleo e gás foi equivalente ao impacto das emissões totais da inglória indústria do carvão nos EUA.
Principal composto encontrado no gás natural, o metano é um poderoso gás de efeito estufa - seu potencial de aquecimento é 23 vezes maior que o gás carbônico (CO2), embora os volumes liberados na atmosfera pelo segundo sejam superiores. Em países industrializados, o CO2 representa mais de 80% das emissões de gases de efeito estufa, e o metano, 15%.
O estudo estimou as emissões totais de metano em apenas 2,3% da produção de óleo e gás dos EUA, que já se demonstrou suficiente para corroer o potencial benefício climático da mudança da matriz energética do carvão para o gás natural nos últimos 20 anos.
O metano perdido em vazamentos vale cerca de US$ 2 bilhões, segundo o Environmental Defense Fund, o suficiente para aquecer 10 milhões de lares nos EUA.
Segundo a pesquisa, reparar os vazamentos e outras condições que favoreçam emissões fugitivas de metano são intervenções necessárias e que podem tornar o gás realmente uma fonte menos impactante para o clima do que o carvão.