Economia

Emergentes têm experiência com ciclos globais, diz BC

Segundo Awazu, impressão que teve ao participar da reunião de primavera do FMI e de encontros paralelos é que investidor está mais otimista com os emergentes


	Luiz Awazu Pereira: para diretor de Assuntos Internacionais do BC, é legítimo aos analistas questionarem como será vida dos países emergentes após período de "dinheiro fácil"
 (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

Luiz Awazu Pereira: para diretor de Assuntos Internacionais do BC, é legítimo aos analistas questionarem como será vida dos países emergentes após período de "dinheiro fácil" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 17h26.

Nova York - Os países emergentes já passaram por diferentes ciclos globais e adquiriram experiência em lidar com estes movimentos, afirmou o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Luiz Awazu Pereira, em uma palestra no "Brazil Summit", seminário promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. "A experiência do passado está nos ajudando agora", afirmou

A normalização das políticas monetárias, disse o diretor, já começou e tem havido melhor coordenação e comunicação do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que ajudou a acalmar os mercados.

"Este tipo de política salvou o mundo, mas a saída é talvez mais complicada do que todo mundo imaginava", disse Awazu.

"A vida ficou muito mais complicada para nós", comentou, se referindo aos dirigentes de bancos centrais e economistas.

A antecipação pelos agentes dos próximos passados da normalização de política monetária pode trazer volatilidade, afirmou Awazu.

"Sendo muito pragmático, mantenho a visão de que a retirada dos estímulos, no líquido, é positiva para o mundo", disse ele.

Muitos dos países emergentes se beneficiaram do dinheiro fácil no mundo, por conta das compras de ativos dos bancos centrais, mas esse efeito de contágio da política de certos países em outros não é novo.

A diferença agora é que talvez a magnitude e a intensidade dos fluxos de capital tenham sido um pouco maiores, de um jeito que os emergentes não estavam "necessariamente acostumados".

Segundo Awazu, a impressão que teve ao participar da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos vários encontros paralelos que terminaram no domingo em Washington é que o investidor está mais otimista com os emergentes.

Para ele, é legítimo aos analistas, no setor privado ou no governo, questionarem como será a vida dos países emergentes após o período de "dinheiro fácil".

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