Economia

Emergentes concentram risco ao crescimento global, diz S&P

Segundo a S&P, os principais riscos globais envolvem acontecimentos geopolíticos que podem resultar em turbulências financeiras e choques econômicos


	S&P: para a agência, a América Latina está bem mais resistente hoje do que há dez anos e as condições de crédito na região são favoráveis
 (Mario Tama/Getty Images/AFP)

S&P: para a agência, a América Latina está bem mais resistente hoje do que há dez anos e as condições de crédito na região são favoráveis (Mario Tama/Getty Images/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2014 às 16h07.

São Paulo - A recuperação global continua nos trilhos, liderada pela performance dos Estados Unidos, e não será prejudicada pela normalização da política do Federal Reserve e pela maior volatilidade do mercado, disse nesta quarta-feira, 26, a agência de classificação de risco Standard & Poor's, em relatório sobre as condições globais de crédito.

Segundo a S&P, porém, esses riscos continuarão a afetar os mercados emergentes.

"As condições globais de crédito são mistas, na medida em que a recuperação econômica continua nos trilhos e que os riscos mais perigosos - aqueles relacionados à política fiscal dos EUA e à zona do euro - diminuem", afirmou a agência.

"Mesmo assim, os riscos não desapareceram por completo. Em vez disso, eles passaram a se concentrar mais nos mercados emergentes."

Segundo a S&P, os principais riscos globais envolvem acontecimentos geopolíticos que podem resultar em turbulências financeiras e choques econômicos, como a escalada da crise na Ucrânia. O relatório também cita a normalização da política monetária do Fed, que afeta "particularmente os mercados emergentes".

Para a agência, a América Latina está bem mais resistente hoje do que há dez anos e as condições de crédito na região são favoráveis, mesmo com os riscos relacionados ao Fed.

"Apesar de a normalização da política do Fed ser um risco global moderado, seus efeitos na América Latina serão fortes. No entanto, um risco ainda maior para a região é a perspectiva para a China em meio aos ajustes na economia do país e o potencial impacto nos preços das commodities", disse a S&P. Como resultado, a agência cortou sua previsão de crescimento para a região para 2,5% em 2014 - o mesmo ritmo de 2013.


O relatório se mostrou mais otimista em relação aos EUA, devido ao fato de o país ter deixado para trás os choques fiscais que pesaram sobre o crescimento em 2013. A previsão da S&P é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresça cerca de 3% este ano, mais que a projeção de 2,6% apresentada no relatório anterior, divulgado em dezembro.

Já na Europa, segundo a agência de classificação de risco, as condições do crédito estão se estabilizando, mas o crescimento continua "anêmico e frágil".

A S&P prevê que a zona do euro cresça 1% este ano, pouco mais que a projeção anterior, de 0,9%. A agência destaca o fato de que essa previsão é bem menor do que a de outros mercados desenvolvidos e também as de países emergentes.

Sobre a Ásia, o relatório afirma que as condições de crédito e de crescimento do PIB continuam inalteradas em relação a dezembro.

"Acreditamos que a China, que representa pouco menos da metade do PIB da região, continuará a apresentar uma moderação gradual no crescimento, em linha com o desejo das autoridades de reequilibrar a economia e controlar os excessos financeiros", disse a S&P.

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