Economia

Embarque de frango deve ser recorde em 2013

Brasil deverá elevar as exportações do produto para 4 milhões de toneladas, ante as 3,9 milhões de toneladas em 2012


	Frangos para exportação são preparados em um frigorífico: setor vê recuperação no mercado interno, assim como vendas externas para novos mercados
 (Marcos Issa/Bloomberg News)

Frangos para exportação são preparados em um frigorífico: setor vê recuperação no mercado interno, assim como vendas externas para novos mercados (Marcos Issa/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2013 às 17h04.

São Paulo - O Brasil, maior exportador global de carne de frango, deverá elevar as exportações do produto em 2013 para 4 milhões de toneladas, ante 3,917 milhões de toneladas no ano anterior, o que seria um novo recorde, previram nesta quarta-feira executivos da União Brasileira da Avicultura (Ubabef), em entrevista a jornalistas.

O setor também vê recuperação no mercado interno, assim como vendas externas para novos mercados sustentando os negócios.

"O primeiro semestre foi um pouco mais fraco em volume, mas agora já vemos recuperação (interna), e a entrada do México (como importador do Brasil) adicionará 40 mil toneladas às exportações", disse o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin.

O presidente da Ubabef, Francisco Turra, disse ainda na conferência de imprensa que a brasileira Seara fez o primeiro embarque para o México, após o país ter aberto uma cota isenta de tarifa e com um acordo sanitário entre os governos brasileiro e mexicano.

O México ainda abriu recentemente uma cota temporária de importação para carne de frango de 300 mil toneladas para diversos países, uma ação emergencial em meio aos problemas de gripe aviária e uma inflação crescente no país.

A medida favorece sobretudo o Brasil, maior exportador global do produto.

"Hoje é o primeiro embarque... Aparentemente, é temporário, mas abriu o mercado. Então temos uma negociação em curso, e o Brasil é o país em melhor condição para atender (à demanda do México)", acrescentou Turra.

Em agosto, a entidade estima que os embarques do setor podem ficar entre 325 mil e 330 mil toneladas, abaixo das 339,6 mil toneladas de julho. A receita poderá ficar perto de 630 milhões de dólares neste mês, contra 680,5 milhões de dólares no mês passado.

Sobre a valorização cambial, Santin observou que o atual patamar favorece as exportações brasileiras do setor, mas leva os exportadores ajustarem para baixo os valores em alguns mercados.

O dólar chegou a atingir 2,44 reais nesta terça-feira, e vem oscilando no maior patamar em mais de quatro anos, tornando mais rentáveis, em real, as vendas feitas no exterior.

Produção

A produção brasileira foi estimada em 12,5 milhões de toneladas em 2013, ligeiramente menor que as 12,645 milhões de toneladas do ano passado.

Segundo Santin, esta produção menor é reflexo da crise vivida no ano passado, quando os preços de grãos dispararam, elevando os custos de produção e levando ao abate de matrizes.


"O efeito da crise ainda veio neste ano, por isso a produção pode cair. Vemos um cenário de oferta e demanda ajustadas no final deste ano", disse o executivo.

Ele ainda vê espaço para alguns reajustes de preços, em função deste cenário ajustado de oferta e demanda, sem dar detalhes de quanto isso poderia significar para o consumidor.

Competitividade

O presidente da Ubabef ressaltou que a liderança do Brasil no mercado global de carne de frango, com fatia de 37 por cento, vem sendo comprometida pelo aumento expressivo dos custos industriais, incluindo mão de obra e embalagens.

"Não é que a liderança do Brasil está ameaçada. Mas o país perde participação de mercado. E isso preocupa", disse o executivo.

O Brasil teve em média 39 por cento de participação de mercado entre 2005 e 2008, mas a partir de 2009 esta fatia caiu para a média anual de 37 por cento, segundo levantamento da Ubabef, em estudo conduzido pelo gerente de mercados, Adriano Zerbini.

Os Estados Unidos, principal concorrente do Brasil, ficaram com 34 por cento de participação de mercado neste mesmo período.

Segundo o acompanhamento, que incluiu empresas que representam 70 por cento da produção avícola do país, o custo com mão de obra subiu 166 por cento em dólares entre 2006 e 2013.

Segundo o estudo, o nível de competitividade brasileiro atualmente já é semelhante ao de importantes competidores como Estados Unidos e Tailândia.

"Nos últimos quatro anos, a concorrência ficou mais acirrada lá fora. O custo industrial apresentou aumentos importantes nos últimos anos", disse Zerbini.

A manutenção da competitividade, na avaliação da Ubabef, passa por redução do custos através da renovação da estrutura produtiva, para elevar a produtividade, simplificação da tributação e monetização de créditos tributários acumulados.

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