Trudeau e Peña Nieto: presidentes do Canadá e do México tentam evitar que Trump acabe com os lados positivos do acordo comercial da América do Norte (Chris Wattie/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 16 de agosto de 2017 às 06h20.
Última atualização em 16 de agosto de 2017 às 07h46.
Estados Unidos, México e Canadá voltam à mesa de negociações nesta quarta-feira. Reunidos em Washington, representantes dos três países devem se debruçar sobre novos termos para o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). O presidente americano Donald Trump tem se mostrado um ávido oponente do acordo, enquanto que o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e o primeiro ministro canadense, Justin Trudeau, tentam manter o Nafta de pé.
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O governo canadense revelou esta semana seus objetivos nas conversas para mudar o acordo, que já existe há 23 anos. Depois de meses enviando representantes aos Estados Unidos para assegurar que o Nafta sobreviva a Trump, a ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, disse a uma comissão do parlamento em Ottawa que pretende fazer do Nafta um acordo mais “progressista”. Por isso, o governo canadense quer salvaguardar as atuais provisões trabalhistas e ambientais, além de adicionar novos capítulos que dizem respeito a gênero e direitos indígenas, além de abordar a questão da mudança climática. “Dessa forma podemos garantir que o Nafta modernizado não seja só um acordo de livre-comércio exemplar, mas também um acordo de trocas justas”, disse Freeland.
O plano é, no mínimo, ambicioso. Com um presidente como Trump, que já retirou seu país do Tratado Transpacífico e também do Acordo Climático de Paris, é difícil imaginar que um acordo que una um pouco de do Transpacífico e um pouco de Paris tenha chance de ficar de pé.
Trudeau já afirmou que o Canadá não tem um plano B caso o Nafta sofra um revés e montou uma operação de guerra para manter as boas relações com Trump, tentando ter sucesso onde governantes como a chanceler alemã Angela Merkel falharam. O Canadá e os Estados Unidos têm uma relação comercial de 1,4 trilhão de dólares em que os americanos são responsáveis por 70% de todas as trocas canadenses.
Os mexicanos, que não têm uma relação nada boa com o presidente que deseja construir um muro para separá-los dos Estados Unidos estão em situação semelhante. O México é o segundo maior destino de exportações americanas, atrás somente do Canadá, e o terceiro maior parceiro comercial, em uma relação que movimenta 550 bilhões de dólares ano. Em 2013, cerca de 80% dos produtos de exportação do México foi para os Estados Unidos, razão pela qual o país vem tentando diversificar seus parceiros comerciais.
Pobres México e Canadá, separados por um topete.