Banco Central usa humor para desmentir fake news e esclarecer sobre o Pix (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 15 de janeiro de 2025 às 21h01.
O Banco Central (BC) publicou um vídeo nesta quarta-feira, 15, ironizando as fake news sobre o Pix, incluindo rumores de taxação e quebra de sigilo bancário. No vídeo, o BC faz referência ao hit "Descer para BC", reafirma que nada muda nas regras do Pix e alerta para novos golpes que têm circulado.
“BC na área full pistola, porque vocês decidiram descer para BC no comecinho do ano com essa lorota de que o Pix vai ser cobrado. Nada muda nas regras do Pix, bebê. Se você fazia Pix gratuitamente, vai continuar fazendo. Não tem nenhuma tarifa, ninguém vai quebrar seu sigilo e espionar para quem você está fazendo Pix”, diz o vídeo animado.
Faaaaala meus amantes de teoria da conspiração e caçadores de tarifa em serviço de pagamento gratuito! BC Sincero na área para aliviar o coraçãozinho de quem desceu pro BC com a cabecinha cheia de fake news sobre cobrança de taxa no Pix e fim do sigilo bancário das suas finanças. pic.twitter.com/VkslXo3XSP
— Banco Central BR (@BancoCentralBR) January 15, 2025
A nova abordagem do BC nas redes sociais tem chamado atenção pelo tom leve, recheado de memes e humor ácido. Nomeado de "BC sincero", o projeto visa tratar os temas da autarquia de maneira descontraída, mas direta.
Na publicação, o BC reforça que não permitirá que mentiras se espalhem nas redes. “Se o tio do zap espalhador de fake alugar um prédio na cabeça com essa história de que o Pix vai ser cobrado, a gente vai lá e derruba. Não acreditem em qualquer lorota que vocês ouvem por aí.”
Além de esclarecer que o Pix continua gratuito e que suas regras permanecem inalteradas, o BC também fez um alerta para novos golpes. Criminosos estão enviando boletos falsos cobrando supostas taxas pelo uso do Pix, utilizando até mesmo o logotipo da Receita Federal para dar credibilidade à fraude.
A publicação do BC foi motivada pelo aumento de desinformação e fake news em torno de uma norma da Receita Federal, que acabou sendo revogada após forte repercussão negativa. Apesar dos rumores, a instrução normativa não trazia nenhuma mudança específica relacionada ao Pix.
Segundo o órgão, a medida previa apenas que fintechs notificassem movimentações financeiras acima de R$ 5 mil, prática que já era exigida dos bancos tradicionais. Com o recuo do governo, voltaram a valer as regras anteriores: movimentações acima de R$ 2 mil para pessoas físicas seguem sendo informadas, mas somente pelos bancos.
De acordo com levantamento do jornal O Globo, baseado nos dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do BC, a quantidade de operações via Pix entre 4 e 10 de janeiro somou 1,250 bilhão. Isso representa uma queda de 10,9% em relação ao mesmo período de dezembro.
O intervalo de dias analisado inclui as principais datas de pagamento de salários, um momento de alta nas transferências. Ainda assim, a retração no início de 2025 foi mais acentuada do que em anos anteriores e também ficou abaixo dos números de novembro, outubro e setembro de 2024.
Apesar disso, o BC afirmou que a variação está dentro do padrão sazonal. Tradicionalmente, o volume de transações cai entre dezembro e janeiro, influenciado pelo 13º salário e pelas compras de Natal, que elevam as transferências no fim do ano.
A análise reforça a popularidade do Pix, que revolucionou a forma como os brasileiros lidam com dinheiro e se mantém em crescimento constante desde seu lançamento em novembro de 2020.