Economia

Em meio à pandemia, famílias com dívidas em abril chegam a 66,6%

Apesar da alta na proporção de famílias endividadas, o nível de inadimplência ficou inalterado

Dinheiro: quantidade de brasileiros essas dívidas ou contas em atrasos ficou em 25,3% (Cristiano Babini/Getty Images)

Dinheiro: quantidade de brasileiros essas dívidas ou contas em atrasos ficou em 25,3% (Cristiano Babini/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de abril de 2020 às 11h44.

Última atualização em 14 de abril de 2020 às 11h44.

O porcentual de famílias com dívidas em cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 66,6% em abril, ante 66,2% em março, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta terça-feira, 14, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O nível de famílias endividadas é recorde, na primeira edição da Peic a captar os efeitos da pandemia do novo coronavírus.

O maior nível de famílias endividadas da série histórica da Peic iniciada em 2010, representou ainda uma alta de 3,9 pontos porcentuais (p.p.) em relação aos 62,7% registrados em abril de 2019.

Apesar da alta na proporção de famílias endividadas, o nível de inadimplência ficou inalterado na passagem de março para abril. A quantidade de brasileiros com dívidas ou contas em atrasos ficou em 25,3% das famílias entrevistadas, mesmo nível de março. A inadimplência é maior do que a registrada em igual período de 2019 (23,9%).

Em nota, a CNC associou a alta na proporção de famílias endividadas, que já estava em patamar elevado, à "injeção de liquidez que está em curso", numa referência às medidas adotadas pelo governo para mitigar os efeitos econômicos da pandemia de covid-19, como a liberação de depósitos compulsórios para os bancos.

"Nesse contexto, vale ressaltar a importância de se viabilizar prazos mais longos para os pagamentos ou alongamentos das dívidas, além da busca por iniciativas mais eficazes para mitigar o risco de crédito. Assim, os consumidores poderão quitar suas contas em dia sem maiores dificuldades, afastando a piora nos indicadores de inadimplência, nos meses à frente", diz a nota da CNC.

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