Economia

Em estudo, Levy defendeu política fiscal mais dura

Em artigo publicado em setembro, Joaquim Levy detalha como geraria crescimento por meio de mudanças na política fiscal


	Joaquim Levy: em artigo, ele escreveu que o Brasil precisa aumentar os investimentos em infraestrutura para garantir crescimento próximo de 3% ano
 (Thomas Lee/Bloomberg)

Joaquim Levy: em artigo, ele escreveu que o Brasil precisa aumentar os investimentos em infraestrutura para garantir crescimento próximo de 3% ano (Thomas Lee/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2014 às 08h41.

São Paulo - Meses antes de aceitar o convite para ser ministro da Fazenda, Joaquim Levy explicou, em detalhes, o que considerava importante para conduzir a economia rumo a um novo ciclo de crescimento econômico. As sugestões estão no artigo "Robustez fiscal e qualidade do gasto como ferramentas para o crescimento".

O texto foi publicado em setembro, numa coletânea do Centro de Debate de Políticas Públicas, o CDPP, que funciona em São Paulo. O ponto de partida do artigo é uma constatação: "o Brasil precisa aumentar os investimentos, especialmente em infraestrutura, para garantir um crescimento econômico próximo de 3% ano", escreveu. Ao longo de 15 páginas, ele detalha como geraria crescimento por meio de mudanças na política fiscal - a política que trata de como arrecadar e gastar o dinheiro público.

O economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, que assistiu a uma palestra de Levy no CDPP, concorda com a abordagem: "Não há como pensar em mudanças estruturais sem passar pelo desmonte dos desequilíbrios fiscais", diz ele.

Metas
Reforçando o que já disse no primeiro pronunciamento, uma prioridade para Levy é estabelecer meta para reduzir a trajetória da dívida bruta (a soma das dívidas dos governos federal, estaduais e municipais). Pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional, a dívida bruta vai encerrar o ano equivalendo a 65% do Produto Interno Bruto. Levy defende que é preciso que ela fique abaixo de 50%.

Na avaliação de Salto, no melhor dos cenários, não se chega a isso antes de 2021. No entanto, Levy acredita que uma queda, mesmo paulatina, rumo a uma meta clara, atrairá confiança: vai melhorar a nota de risco do Brasil, fazer com que os investidores aceitem pagar menos pelos títulos públicos do País e permitir a redução da taxa básica de juros. Os juros mais baixos vão incentivar as empresas a investir, inclusive utilizando novas fontes de financiamento. "A queda da dívida também facilitará o financiamento da infraestrutura pelo mercado de capitais", escreve Levy. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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