No âmbito interno, o BC avalia que ações macroprudencias ainda terão seus efeitos incorporados à dinâmica dos preços (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2011 às 10h48.
Brasília - O Banco Central (BC) voltou a sinalizar, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a necessidade de que o ajuste de alta da taxa de juros seja feito por um período "suficientemente prolongado", a fim de garantir a convergência da inflação para o centro da meta de 4,5% em 2012. O BC afirmou, no entanto, que vê sinais mais favoráveis para a inflação.
Essa é a novidade em relação a ata da reunião do Copom de abril, quando o BC avaliava que o cenário prospectivo para a inflação não tinha evoluído favoravelmente. Agora, a autoridade monetária está mais otimista. "Embora incertezas crescentes que cercam o cenário global e, em escala bem menor, o cenário doméstico, não permitam identificar com clareza o grau de perenidade de pressões inflacionárias recentes, o Comitê avalia que o cenário prospectivo para a inflação mostra sinais mais favoráveis", destaca o documento, divulgado na manhã de hoje.
Para o Copom, a implementação de ajustes das condições monetárias por um período suficientemente prolongado continua sendo a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta em 2012. Essa avaliação leva em consideração o ritmo ainda incerto de moderação da atividade doméstica, bem como a complexidade que envolve o ambiente internacional.
Em sua última reunião, o Copom elevou de 12,00% para 12,25% ao ano a Selic (a taxa básica de juros da economia). Desde janeiro deste ano, quando começou o ciclo de alta dos juros, a Selic já subiu 1,50 ponto porcentual.
Riscos
Na ata, o BC afirma que identifica riscos à concretização de um cenário em que a inflação convirja "tempestivamente" para o valor central da meta, de 4,5%. Para o Copom, prevalece um nível de incerteza "acima do usual".
No exterior, segundo o documento, as evidências apontam moderação no processo de recuperação em que se encontram as economias do G-3 (EUA, Europa e Japão). Na avaliação do BC, o ambiente externo tem influência ambígua sobre o comportamento da inflação doméstica.
No âmbito interno, o BC avalia que ações macroprudencias e, principalmente, ações convencionais de política monetária recentemente implementadas ainda terão seus efeitos incorporados à dinâmica dos preços.