Economia

Em alta, futebol contrasta com situação econômica da Alemanha

Esporte emprega mais de 55 mil pessoas e contribuiu com 1,28 bilhão de euros para os cofres públicos em um país que está a um passo da recessão

Torcedores do  Borussia Dortmund em jogo da Bundesliga em Dortmund, na Alemanha (Leon Kuegeler/Reuters)

Torcedores do Borussia Dortmund em jogo da Bundesliga em Dortmund, na Alemanha (Leon Kuegeler/Reuters)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 17 de fevereiro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2019 às 08h00.

A principal liga de futebol da Alemanha dobrou as receitas nos últimos sete anos e projeta que o crescimento continuará, oferecendo um contraste bem-vindo na comparação com as perspectivas cada vez mais sombrias da maior economia da Europa.

Impulsionada pelo crescimento das receitas com mídia, a Bundesliga, composta por 18 equipes, registrou um salto de 13 por cento, para um recorde de 3,81 bilhões de euros (US$ 4,32 bilhões) na temporada passada, anunciou a DFL, a associação do futebol alemão, nesta quarta-feira.

Se incluída a segunda divisão, o esporte -- que emprega mais de 55.000 pessoas na Alemanha -- contribuiu com 1,28 bilhão de euros para os cofres públicos.

“O futebol profissional alemão continuou se desenvolvendo de forma positiva”, disse Christian Seifert, diretor-gerente da DFL, em comunicado. “A digitalização e a globalização criarão oportunidades adicionais nos próximos anos.”

A Alemanha, que cortou sua previsão de crescimento para o ritmo mais lento em seis anos, esteve à beira da recessão no final de 2018, quando a queda do setor automotivo e os reflexos das tensões comerciais pesaram sobre a economia orientada para a exportação.

Em contrapartida, a Bundesliga foi se dinamizando, com uma disputa acirrada pelo título e três clubes entre os 16 finalistas da Liga dos Campeões desta temporada.

Ainda assim, o futebol alemão tem tido dificuldades para competir com os clubes de elite da Europa, investindo grandes somas em superestrelas caras.

Isso aumentou a pressão sobre a DFL para relaxar as regras de propriedade e permitir que investidores endinheirados comprassem participações majoritárias nos clubes.

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