Energisa: também quer que Aneel deixe claro que custos de atividades como levantamentos de campo, recadastramento de ativos e atualização de sistemas serão repassados futuramente às tarifas (Adriano Machado/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 9 de março de 2018 às 18h51.
Última atualização em 9 de março de 2018 às 18h57.
São Paulo - A Energisa, que controla nove distribuidoras de energia no Brasil, avaliou os números das concessionárias de distribuição da Eletrobras que governo e estatal pretendem privatizar em um leilão previsto para maio, segundo documento visto pela Reuters.
A elétrica chegou a participar de uma reunião na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) após "due diligence" nas empresas, para propor possíveis aperfeiçoamentos nas regras que serão definidas para o processo de desestatização.
"A reunião foi solicitada pela Energisa para abordar o tema da privatização das distribuidoras da Eletrobras, bem como levar ao conhecimento da agência pontos importantes constatados na diligência da Energisa nas distribuidoras", afirma um documento da Aneel sobre o encontro, realizado em 21 de fevereiro.
O documento não especifica quais das seis distribuidoras da Eletrobras que devem ser desestatizadas foram analisadas pela Energisa ou se a análise envolveu todas as empresas.
Procurada, a Energisa afirmou que não vai comentar o assunto.
Na reunião com o regulador, a Energisa mostrou preocupação principalmente com possíveis passivos das empresas da Eletrobras, que são fortemente deficitárias e sofrem com investimentos abaixo do necessário em suas redes.
A elétrica pediu que possíveis multas a serem aplicadas às distribuidoras após a privatização, por infrações em períodos em que a gestão era da Eletrobras, não resultem em punições financeiras ao novo controlador.
Os representantes da Energisa também querem que a Aneel reveja as metas de qualidade definidas para as distribuidoras se os novos controladores revisarem os indicadores das empresas e descobrirem que elas tinham um desempenho inferior ao informado anteriormente pela Eletrobras ao regulador.
Entre outros pedidos, a Energisa também quer que a Aneel deixe claro que custos de atividades como levantamentos de campo, recadastramento de ativos e atualização de sistemas serão repassados futuramente às tarifas.
"Considerando que serão necessários grandes investimentos nos três primeiros anos da nova concessão... que no edital de privatização fique clara a possibilidade de reconhecimento tarifário desses custos", afirma.
As distribuidoras da Eletrobras que serão privatizadas operam em Acre, Alagoas, Amazonas, Roraima, Rondônia e Piauí.
A Energisa possui concessões de distribuição em Minas Gerais, Sergipe, Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo e Paraná. A empresa também possui ativos de transmissão de energia.