Economia

Eletrobras discute dívida de Santo Antônio com sócias

A concessionária Santo Antônio Energia tem enfrentado dificuldades para pagar suas dívidas com a compra de energia no mercado de curto prazo


	Usina Santo Antônio: consórcio construtor é formado pela Odebrecth e pela Andrade Gutierrez
 (Germano Lüders/EXAME)

Usina Santo Antônio: consórcio construtor é formado pela Odebrecth e pela Andrade Gutierrez (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 17h29.

Brasília - O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, disse nesta segunda-feira, 29, que o consórcio construtor da usina de Santo Antônio tem "grande parte da responsabilidade" pelo atraso nas obras da hidrelétrica.

Furnas, subsidiária da Eletrobras, é a principal acionista da concessionária Santo Antônio Energia, que tem enfrentado dificuldades para pagar suas dívidas com a compra de energia no mercado de curto prazo.

"Eles (o consórcio construtor) têm uma parte grande da responsabilidade", disse, após participar de reunião do conselho de administração da Eletrobras.

Na semana passada, a assembleia geral extraordinária (AGE) dos acionistas da Santo Antônio Energia não aprovou um aporte adicional de R$ 1,14 bilhão por falta de quórum.

Carvalho Neto disse que a empresa está "gastando todo nosso fosfato" para resolver de que forma vai pagar a dívida de R$ 266 milhões na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

O pagamento vence no dia 8 de outubro e se refere à energia de agosto.

"Estamos discutindo, conversando com os sócios para chegar em um ponto comum", afirmou.

"Em nenhum momento Furnas está se negando a pagar os valores que estão no contrato da obra e os valores da liquidação no mercado de curto prazo. É mais o valor dos claims", acrescentou, sem revelar o valor que está em disputa entre a concessionária e o consórcio.

Carvalho Neto admitiu que a concessionária também deve pagamentos ao consórcio, mas não os revelou.

"Teve esse adiantamento (do cronograma de obras da usina) e estamos exatamente discutindo esse ponto", disse.

"O que a gente quer é exatamente isso, ponderar, verificar, ver o que é justo, fazer um encontro de contas. Estamos tentando de toda forma não ter problemas, e acho que o bom senso vai prevalecer", disse.

O consórcio construtor é formado pela Odebrecth e pela Andrade Gutierrez.

As construtoras também integram a concessionária Santo Antônio Energia, que é liderada por Furnas (39%) e tem como sócios fundo Caixa FIP Amazônia Energia (20%), Odebrecht Energia (18,6%), SAAG Investimentos, cujo principal acionista é a Andrade Gutierrez (12,4%), e Cemig (10%).

"Uma hora vamos ter que sentar e ver o que é justo para um lado e o que é justo para o outro lado", afirmou.

A Santo Antônio Energia decidiu antecipar em um ano, para dezembro de 2011, a entrega da usina de Santo Antônio. A previsão era terminar a usina em dezembro de 2012, mas a usina só começou a gerar em março de 2012.

O problema é que, contando com a antecipação, a Santo Antônio Energia vendeu a energia excedente correspondente a esse período ao mercado.

Como não conseguiu produzi-la, foi obrigada a recomprá-la no mercado de curto prazo.

Desde então, a concessionária tenta se livrar da dívida.

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