Brasil: a entidade diz que se não houve uma mudança radical, o Brasil deve crescer mais neste ano e no próximo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de maio de 2018 às 11h38.
São Paulo - As eleições no Brasil e no México continuam a ser um "risco significativo" para Brasil e México neste ano, na avaliação do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), formado pelos 500 maiores bancos do mundo e com sede em Washington.
A entidade afirma que essa incerteza com as urnas não permite saber se a política atual será mantida no País, mas também aponta que, se não houve uma mudança radical, o Brasil deve crescer mais neste ano e no próximo.
O IIF afirma que o País supera uma recessão apoiado em relaxamento "significativo" da política monetária e em condições globais favoráveis no ano passado. O ímpeto por reformas, a dinâmica favorável dos preços e uma posição externa equilibrada ajudam a retomada, apesar da maior incerteza política, diz ele.
"Isso permite que o banco central reduza os juros com ímpeto, enquanto ancora a estabilidade financeira", afirma. "Nós esperamos uma recuperação constante na entrada de capital não residente neste ano e no próximo, consistente com um fortalecimento gradual da economia", afirma o IIF.
Enquanto isso, ele prevê que a retirada de capital dos residentes deve aumentar antes da eleição presidencial de outubro.
O investimento estrangeiro direto que entrará no Brasil deve em grande medida financiar o atual déficit em conta corrente, o que resultará em mais acúmulo de reservas internacionais, na projeção do IIF.
Apesar dos progressos do último ano, o déficit fiscal considerável, de 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, pesará sobre o crescimento, caso a questão não seja enfrentada, argumenta.
"Problemas estruturais impedem uma consolidação fiscal mais rápida, tornando a reforma previdenciária proposta crucial para a sustentabilidade das finanças públicas. Porém um Congresso muito fragmentado e a eleição por vir retardaram sua aprovação."
O IIF diz ainda que as condições financeiras mais apertadas, impulsionadas pela alta dos juros nos EUA, e as crescentes tensões internacionais poderiam significar pressão de baixa para o real, o que limitaria a capacidade do BC brasileiro de manter uma política monetária acomodatícia, mesmo com a inflação sob controle.