Economia

"Efeito Viagra" ameaça previdência no Brasil, diz NYT

Jornal americano compara Brasil com Grécia e cita fenômeno de aposentados que casam com mulheres mais jovens que continuam recebendo suas pensões


	Idosos usam caixa eletrônico: previdência está sujeita a novas pressões
 (Marcos Santos /USP Imagens)

Idosos usam caixa eletrônico: previdência está sujeita a novas pressões (Marcos Santos /USP Imagens)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 21 de outubro de 2015 às 12h31.

São Paulo - O sistema de previdência no Brasil está fugindo do controle e agrava inclusive a crise política, de acordo com uma reportagem publicada hoje no jornal americano The New York Times.

"A explosiva crise de pensões no Brasil, maior país da América Latina, está causando estrago nas finanças públicas, intensificando uma batalha política sobre a economia que já deixa a presidente lutando por sobrevivência", diz o texto.

O jornal cita como fatores para a crise a idade média de aposentadoria de 54 anos, a mudança no perfil demográfico do país (menos jovens para sustentar mais idosos) e a recessão, que faz diminuir o nível de contribuições.

Outro problema são as brechas que permitem o "efeito Viagra": servidores aposentados que casam com mulheres mais jovens que acabam recolhendo suas pensões por anos depois que eles já morrreram.

O NYT diz que apesar de ajudar a aliviar a pobreza em alguns casos, como dos trabalhadores rurais, o sistema dá pensões integrais e vitalícias para grupos privilegiados como filhas de militares (o que acabou em 2000, mas só para novos entrantes).

Especialistas ouvidos pelo jornal alertam que nosso problema é como o da Grécia, só que em maior escala, e que as soluções possíveis - aumentar contribuições, elevar a idade mínima de aposentadoria ou diminuir benefícios - são impopulares.

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