Posto de gasolina: a nova mistura de etanol deverá entrar em vigor em 15 de fevereiro (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 18h26.
Rio de Janeiro - O aumento da mistura de etanol na gasolina para 27 por cento, ante os atuais 25 por cento, deverá ter efeito praticamente nulo sobre os preços cobrados do consumidor, sem conseguir compensar a alta gerada pelo aumento de impostos sobre a gasolina.
O impacto do aumento da mistura deixaria a gasolina C, vendida nos postos já com mistura de etanol, 0,002 real mais barata, em média em todo o Brasil, segundo cálculos de uma fonte do mercado de combustíveis, que falou na condição de anonimato.
A nova mistura de etanol deverá entrar em vigor em 15 de fevereiro.
Desde 1º de fevereiro, no entanto, já está valendo a nova tributação sobre a gasolina, que elevou o preço em 0,22 real por litro, por meio de cobrança de PIS/Cofins, num primeiro momento e, a partir de maio, por uma combinação de PIS/Cofins e Cide.
Em outras palavras, a redução de preços proporcionada pela mistura do biocombustível mais barato será muito pequena na comparação com o tamanho do aumento de tributação, que já está sendo amplamente repassado aos consumidores.
Além disso, até mesmo essa pequena diferença pode ser anulada, já que o preço do etanol anidro tem subido, devido à expectativa de aumento da demanda.
O indicador semanal de preços à vista do etanol anidro nas usinas de São Paulo, medido pelo Cepea/Esalq, acumula alta de 3,4 por cento só em janeiro.
"O etanol anidro misturado na gasolina já vem subindo de preço nos últimos 30 dias. Tudo bem que está na entressafra, mas também tem a ver com o próprio anúncio do governo de que estava estudando o aumento da mistura", disse a fonte.
Até o aumento de impostos, a gasolina A (pura) estava com preços estáveis nas refinarias. O último reajuste anunciado pela Petrobras havia sido no início de novembro.
O aumento da mistura é uma antiga demanda do setor sucroalcooleiro e permitirá um aumento da demanda anual de etanol de quase 1 bilhão de litros.
O índice da nova mistura foi acertado em um encontro do governo federal com a indústria automotiva e sucroenergética nesta segunda-feira, em Brasília. As usinas, que estão na entressafra da cana, dizem ter estoques de etanol suficientes para atender à nova demanda.