Economia

Eduardo Gianetti diz que controle de preços é danoso

Para assessor da campanha do PSB à Presidência, tripé econômico baseado em regime de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário está frágil


	Economia: Gianetti não falou em medidas pontuais e procurou fazer diagnóstico da situação da economia
 (Bloomberg)

Economia: Gianetti não falou em medidas pontuais e procurou fazer diagnóstico da situação da economia (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2014 às 13h07.

São Paulo - O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, assessor da campanha do PSB à Presidência da República na área econômica, afirmou nesta segunda-feira que a história já mostrou que o controle de preços no curto prazo é "danoso", referindo-se ao represamento de preços administrados pelo atual governo.

Para ele, o tripé econômico baseado em regime de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário está frágil.

"As três pernas do tripé estão absolutamente fragilizadas", disse Gianetti durante evento em São Paulo organizado pela casa independente de análise de ações Empiricus.

Durante sua apresentação, Gianetti frisou que falava em caráter pessoal, e não como assessor da campanha do PSB.

O partido definirá nesta semana o destino de sua candidatura e deve indicar a ex-senadora Marina Silva para a corrida presidencial, depois da morte trágica do presidenciável Eduardo Campos em acidente de avião no último dia 13.

A candidatura de Marina, que era vice na chapa liderada por Campos, muda completamente o quadro eleitoral, que há meses trazia a presidente Dilma Rousseff (PT) na ponta pela reeleição e Aécio Neves (PSDB) em segundo lugar, com o socialista morto na terceira posição.

Pesquisa Datafolha divulgada na madrugada desta segunda-feira, a primeira após a morte de Campos, trouxe Marina em empate técnico com o tucano, com 21 por cento das intenções de voto contra 20 por cento de Aécio. Dilma está na frente com 36 por cento.

Na simulação do segundo turno, Marina aparece à frente de Dilma, com 47 por cento versus 43 por cento, também com empate no limite de margem de erro da sondagem, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Durante sua apresentação a investidores nesta manhã, Gianetti não falou em medidas pontuais e procurou fazer apenas um diagnóstico da situação da economia brasileira.

"Vivemos a partir do segundo mandato de Lula uma piora consistente na política econômica", disse ele, referindo-se ao governo de 2007 a 2010 do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Sobre o nível dos gastos públicos, Gianetti afirmou que existe margem para um "um pouquinho" de ajuste fiscal no curto prazo. "O Estado brasileiro não cabe dentro do PIB brasileiro", afirmou, sem entrar em detalhes.

Apesar do quadro difícil, ele avalia que a situação da política econômica brasileira "é ruim, mas não é desastrosa".

"A capacidade de reação da economia brasileira é forte", disse, defendendo um "choque crível de credibilidade" do próximo governo. "Temos plena condição de retomar em 2015 a tendência de crescimento", completou.

O economista saiu rapidamente do evento, dizendo não estar autorizado a falar em nome da campanha neste momento.

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