Economia

Economistas veem rombo primário maior em 2020, aponta Prisma

A expectativa é de déficit primário de 86,250 bilhões de reais em 2020

Déficit: piora na estimativa para este ano veio na esteira de uma queda nas receitas líquidas projetadas (Rodrigo Bellizzi/Thinkstock)

Déficit: piora na estimativa para este ano veio na esteira de uma queda nas receitas líquidas projetadas (Rodrigo Bellizzi/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 13 de fevereiro de 2020 às 12h16.

Última atualização em 13 de fevereiro de 2020 às 14h28.

Brasília — Economistas pioraram suas contas para o déficit primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) neste ano principalmente por uma queda nas receitas, mas ainda com margem ante a meta fiscal, conforme relatório Prisma Fiscal divulgado nesta quinta-feira pelo Ministério da Economia.

Segundo mediana de projeções coletadas até o quinto dia útil deste mês, a expectativa agora é de déficit primário de 86,250 bilhões de reais em 2020, sobre rombo de 82,335 bilhões de reais calculado no mês anterior.

O dado, contudo, segue confortavelmente distante da meta de um déficit de 124,1 bilhões de reais para este ano e é um pouco melhor que o rombo de 95,065 bilhões de reais de 2019, que acabou sendo piorado no apagar das luzes com a decisão do governo de capitalizar estatais.

A piora na estimativa para este ano veio na esteira de uma queda nas receitas líquidas projetadas, a 1,379 trilhão de reais (1,383 trilhão de reais antes), enquanto a conta de despesas ficou praticamente inalterada em 1,469 trilhão de reais.

Para 2021, a expectativa segundo o relatório Prisma passou a ser de déficit primário de 45,744 bilhões de reais, melhor que o patamar de 47,151 bilhões de reais no levantamento do mês passado. A meta indicada para o próximo ano é de um déficit de 68,5 bilhões de reais.

Apesar da melhoria apontada nas estimativas, o país fechará 2020 no vermelho pelo sétimo ano consecutivo, sem conseguir economizar para pagar os juros da dívida pública.

Ainda assim, os economistas consultados pelo Prisma veem a dívida em patamar bem mais baixo: 76,20% e 76,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e 2021, respectivamente, ante 78% e 78,07% no relatório do mês passado.

No fim de janeiro, o BC divulgou que a dívida bruta caiu a 75,8% do PIB em 2019 sobre 76,5% em 2018, primeiro recuo em seis anos, na esteira da venda de reservas pelo Banco Central e da antecipação de pagamentos pelo BNDES ao Tesouro.

Acompanhe tudo sobre:Déficit público

Mais de Economia

Senado aprova em 1º turno projeto que tira precatórios do teto do arcabouço fiscal

Moraes mantém decreto do IOF do governo Lula, mas revoga cobrança de operações de risco sacado

É inacreditável que Trump esteja preocupado com a 25 de Março e Pix, diz Rui Costa

Tesouro: mesmo com IOF, governo precisaria de novas receitas para cumprir meta em 2026