Notas de real: projeção para a expansão do Produto Interno Bruto caiu a 1,68 por cento, ante 1,70 por cento no levantamento anterior (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 09h17.
São Paulo - Economistas de instituições financeiras reduziram a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano, ao mesmo tempo em que diminuíram a perspectiva para a Selic neste ano a 11 por cento, após o Banco Central ter desacelerado o ritmo de aperto monetário.
A pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira mostrou ajuste das expectativas para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano a 1,68 por cento, frente a 1,70 por cento na semana anterior. Para 2015, as contas foram mantidas em crescimento de 2,00 por cento.
Apesar do resultado do PIB melhor do que o esperado no ano passado, influenciado pelo desempenho do quarto trimestre, os agentes econômicos continuam duvidando que a economia brasileira vai mostrar recuperação melhor em 2014. Ainda mais com o risco de racionamento de energia que tem tirado o sono dos mercados.
Esse cenário de desaceleração na atividade vem junto com inflação elevada e juros maiores, ainda que os analistas estejam revisando para baixo suas estimativas para a Selic.
O Focus mostrou que os economistas reduziram a expectativa para a Selic neste ano pela segunda semana seguida, a 11,00 por cento ante 11,13 por cento na semana anterior.
O BC reduziu o ritmo de aperto monetário ao elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,75 por cento, e indicou nova alta ao afirmar que é "apropriada" a continuidade dos ajustes na política monetária e que é preciso seguir "especialmente vigilante" na ata da reunião em que tomou essa decisão.
Por sua vez, o Top-5 de médio prazo, com as instituições que mais acertam as projeções nesse período, continua vendo maior aperto monetário. A mediana das projeções é de Selic a 11,75 por cento no final de 2014, inalterado ante a semana anterior.
Inflação
Para os economistas consultados pelo BC, o IPCA deverá encerrar este ano a 6,01 por cento, 0,01 ponto percentual a mais do que na pesquisa anterior.
Já a perspectiva para a inflação nos próximos 12 meses foi mantida em 6,12 por cento. A meta oficial de inflação é de 4,5 por cento, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada na semana passada, o BC também avaliou que a inflação continua mostrando resistência e "ligeiramente acima" do esperado.
O mercado aguarda agora a divulgação na quarta-feira dos dados de fevereiro do IPCA.
Atualizado às 9h17